Guayaquil, cidade mais castigada pelo novo coronavírus no Equador, tenta responder com caixões de papelão à alta demanda provocada pela pandemia, informou no domingo (5) a Associação de Papeleiros, que doou mil unidades do item a dois cemitérios do município. As informações são de Folha de S. Paulo.

A província de Guayas, que está militarizada e cuja capital é Guayaquil, registra a maior incidência da Covid-19 no país, com 2.524 infectados, entre eles 126 mortos. Os caixões estão em falta na cidade, assinalou Santiago Olivares, dono de uma funerária.

“Vendi 40 que tinha na filial do centro e outros 40 da sede de Durán. Pedi mais dez para o fim de semana e já acabaram.”

Os caixões no porto de Guayaquil, motor econômico do Equador, são vendidos por um preço a partir de US$ 400 (R$ 2.100), mas, na cidade, os fornecedores não conseguem atender à demanda.

“Devido ao toque de recolher, não há fornecimento suficiente de material”, explicou ele, lembrando que um caixão de papelão não atende às normas sanitárias do governo para o enterro de vítimas da Covid-19.

Os caixões de papelão “serão de grande ajuda para proporcionar uma sepultura digna aos mortos durante esta emergência sanitária”, publicou no Twitter a prefeitura de Guayaquil, onde famílias imploram para que as autoridades removam os corpos de residências e ruas.

Devido ao colapso funerário causado pelo coronavírus, famílias têm de conviver durante dias com cadáveres de parentes mortos pelas mais diferentes causas até que chegue um veículo da prefeitura.

Nos casos ligados à Covid-19, por medo de contágio, muitos têm tirado os corpos de casa e os levado para parques ou outras áreas públicas da cidade.

O presidente Lenín Moreno ordenou que as Forças Armadas realizassem uma coleta dos cadáveres o mais rápido possível. Segundo o jornal El Universo, foram recolhidos 350 corpos.

“Nós vamos dar um enterro digno a todos”, prometeu Moreno.

O Equador, que reportou 3.646 casos de Covid-19, e 180 mortos, está sob toque de recolher e estado de exceção. Na província de Guayas, por ser a mais afetada pela doença, a restrição de circulação das pessoas vai das 14h às 5h. No restante do país, o toque de recolher começa às 19h. ​

Artigo anteriorTestes com plasma sanguíneo são iniciados no RJ para tratamento de covid-19
Próximo artigoWilson Lima anuncia parceria com Governo de São Paulo e “Aula em Casa” será transmitido a 3,5 milhões de alunos paulistas