Manaus receberá o 8º Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor), na próxima semana, de 4 a 6 de dezembro, promovendo um grande debate sobre gênero, equidade e ecofeminismo com entrada gratuita no campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), localizado na Av. General Rodrigo Octávio, nº 6.200, bairro Coroado I.
A programação terá uma conferência magna, minicursos, mesas redondas, palestra, painel interdisciplinar, atividades culturais, apresentações de pesquisas científicas, feira de produtos da economia solidária e muito mais.
O evento é promovido pela UFAM e o Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos), que é vinculado aos programas de pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (PPGSS) e em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA).
Iraildes Caldas Torres, professora doutora da UFAM e liderança do Gepos, convida o público para prestigiar o evento. “Essa é uma iniciativa que une conhecimentos e experiências de diferentes atores da sociedade amazônida, como cientistas, ativistas e representantes do poder público. O objetivo é colocarmos em discussão as desigualdades de gênero, numa luta pela equidade. Logo, ficamos muito contentes em proporcionar uma programação tão rica e, também, gratuita. Contamos com a presença de todos”, convida.
O 8º Emflor também vai antecipar os debates para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA). A importância da discussão sobre como esses fenômenos afetam a Amazônia se dá, entre outras fontes, por um relatório da ONU Mulheres que indica que aproximadamente 80% das pessoas deslocadas pelas mudanças climáticas e por desastres naturais são mulheres ou meninas.
“O ecofeminismo propõe igualdade de gênero, sustentabilidade ambiental e pertencimento das mulheres baseado na ancestralidade junto ao território. Logo, esse evento é fundamental para que possamos pensar em soluções e levarmos para os líderes internacionais”, complementa Torres.
Programação
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Quarta-feira, dia 4
A programação inicia na quarta-feira, dia 4. Entre às 9h e 12h, o hall do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), na UFAM, receberá uma exposição de produtos da economia solidária de grupos feministas. Entre às 17h e 18h, haverá a acolhida às congressistas. Pela noite, entre às 18h e 19h, acontece uma mesa redonda.
A conferência magna, com o tema “Gênero e Equidade: o lugar de fala das mulheres”, será exposta por Ana Paula Neves, docente da Universidade Federal do Pará (UFPA), das 19h às 20h. Em seguida, haverá um coquetel e a apresentação cultural da artista Kerollen Silva, além de dança coco de roda.
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Quinta-feira, dia 5
Na quinta, dia 5, a programação começa às 8h30 com uma atividade cultural promovida pelo grupo Pajê Cia de Dança. Depois, das 9h às 10h30, haverá a mesa redonda “As Mulheres da Floresta, o Ecofeminismo e o Meio Ambiente”, que será exposta por Elisa Wandelli, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); debatida por Adson Manoel Bulhões da Silva, tutor educacional do IFAM, e Maria Hildete Marinho Araújo, do povo Tariano; e mediada por Iraildes Caldas Torres, docente da UFAM.
Em seguida, das 10h45 às 12h, a programação continua com o painel interdisciplinar “Mulheres, a Crise Climática e a Sustentabilidade”. O momento reunirá as palestras “Crise Ambiental e as Mulheres”, com Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues Chaves, docente da UFAM; “As Mulheres Agricultoras e a Sustentabilidade”, por Jailce Serrão Gonda, da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Amazonas (Fetagri/AM); “As Mulheres Quilombolas Quebradeiras de Coco de Babaçu”, com Maria Nice Machado Aires, quilombola do estado do Maranhão e secretária da Mulher no Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS); além de “As Mulheres Indígenas, o Território e a Preservação Ambiental”, por Rosane Gonçalves Cruz, do povo Piratapuaia.
Pela tarde, das 14h às 15h30, o público confere à mesa redonda “As Masculinidades Hegemônicas e o Diálogo com o Ecofeminismo e o Conhecimento Ecológico”, exposta por Ricardo Gonçalves Castro, docente na Faculdade Católica do Amazonas (FCA); debatida por Alice Alves Menezes Ponce de Leão, professora da UFAM; e mediada por Yomarley Lopes Holanda, professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Em seguida, das 15h30 às 17h, acontece a apresentação de pesquisas científicas. Nesta edição, os Grupos de Trabalhos (GTs) são oito: “Gênero, Educação e Trabalho”, “Gênero, Meio Ambiente e Ecofeminismo”, “Gênero, Religião de Matriz Africana e Religiosidade Indígena”, “Mulheres Indígenas e o Bem Viver”, “Gênero, Violência e Feminicídio”, “Gênero, Corpo e Violência LGBTQIA+”, “Gênero, Movimentos Sociais e Políticas Públicas” e “Vozes da Floresta: Gênero, Resistência e Expressões Poéticas”. Por fim, das 17h às 18h, ocorre uma série de apresentações de banners com trabalhos científicos sobre os temas debatidos para encerrar o segundo dia de evento.
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Sexta-feira, dia 6
Já, na sexta (6), haverá uma apresentação cultural com a cantora e violonista Sam Rio, às 8h. Depois, das 9h às 10h30, tem a roda de conversa “As Práticas Umbandistas da Jurema, as Práticas de Cura do Xamamismo Indígena e as Parteiras”. O momento será exposto por Dineia Gama Albuquerque, do município de São Gabriel da Cachoeira, e Quelma da Silva, do povo Baré. A mediação será feita por Maria Audirene de Souza Cordeiro, docente do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ Parintins/UFAM); Cristiane Floriza Hermes, integrante do Templo de Tambores de Mina Jejê-Nagô Xwe Na Sim Fifá; e Flávia Melo da Cunha, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFAM).
A mesa redonda “O Ativismo Feminista no Norte e Nordeste” acontece das 10h45 às 12h. O momento terá exposição de Elvira Simões Barretto, professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); com debate realizado entre Márcia Maria de Oliveira, docente da Universidade Federal de Roraima (UFRR), e Ivânia Maria Carneiro Vieira, professora da UFAM. A mediação será feita por Gleice Antônia de Oliveira, ativista amazonense.
Pela tarde, das 14h às 15h, acontece a comunicação de pesquisa “A Lua Cheia, as Incamiabas e a Vaginocracia”, que será exposta por Maria Valcirlene de Souza Bruce, que faz parte do Gepos.
Em seguida, das 15h às 17h, tem a apresentação de trabalhos científicos, e das 17h às 18h, haverá exposição de banners. A mesa de encerramento será realizada das 18h às 19h, seguida de um coquetel e um show musical com Tatá Jatobá e Banda.
Minicursos
Outro destaque são os cinco minicursos gratuitos, que serão realizados na quarta-feira, dia 4, das 14h às 17h. As opções são “O Ecofeminismo na Amazônia”, apresentados por Adson Manoel Bulhões, docente do IFAM, e Sofia Maria Oliveira de Oliveira, ma. em Sociedade e Cultura na Amazônia; “Práticas Sociais das Mulheres da Floresta”, apresentado por Márcia Maria de Oliveira, docente da Universidade Federal de Roraima (UFRR), e Christiane Pereira Rodrigues, professora do IFAM.
Além desses, ainda haverá os minicursos: “Economia Feminista”, ministrada por Elisiane Sousa de Andrade, professora da SEMED, e Núbia Rios, ativista do Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (MUSAS); “A Cidade, as Mulheres e o Racismo Ambiental”, apresentado por Alessandra do Amaral Sales, servidora da SEMED; e “Movimentos de Resistência”, ministrado por Iraildes Caldas Torres, docente da UFAM, e Anne Moura, ativista feminista.
Mais sobre o Emflor
O Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) é promovido pela UFAM e o Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos), que é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia e ao Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia, ambos da Universidade Federal do Amazonas.
Além disso, tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e congrega conferencistas, palestrantes e coordenadores de Grupos de Trabalhos (GTs) ligados a entidades públicas ou privadas, localizadas em Manaus, Parintins e Tefé, e nos estados de Roraima e Maranhão. Para saber mais, acesse: emflor.gepos.com.br.