Com o país enfrentando dificuldades para manter estoques de vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, ao menos 13 unidades da Federação de todas as cinco regiões do país suspenderam a aplicação da segunda dose. A suspensão da imunização causou filas, revolta e confusão em várias cidades.

Municípios do Amapá, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul modificaram o cronograma de imunização devido à escassez de vacinas.

Uma das situações mais graves é no Espírito Santo. Lá, 26 das 78 cidades capixabas cancelaram a vacinação por falta de doses. A capital, Vitória, continua imunizando.

Com uma quantidade insuficiente para aplicar a segunda dose o governo do Espírito Santo pediu ao Ministério da Saúde o envio de doses complementares ao estado

Filas, tumultos e revolta

Em Rio Branco, no Acre, um tumulto ocasionado pela demora no início da vacinação foi registrado nesta quarta-feira (28/4).

Nove cidades do Rio de Janeiro suspenderam a aplicação da segunda dose contra a Covid-19 por falta da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.

Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 precisou ser adiada temporariamente em função do não recebimento de doses.

Em Porto Alegre, o clima era de revolta desde a madrugada, quando os idosos procuravam a segunda dose da vacina e não conseguiam. A capital não tem estoque da CoronaVac. Apenas a primeira aplicação é realizada com o imunizante de Oxford/AstraZeneca.

Também foi registrado tumulto em Arapiraca (AL). Pessoas que madrugaram na fila ficaram exaltadas ao saber que não havia imunizantes para segunda dose e a Polícia Militar precisou ser chamada. A prefeitura emitiu nota explicando que o número de doses enviadas pelo governo do estado para o município foi insuficiente para a demanda.

Normalização

Nesta quarta, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a aplicação da segunda dose da Coronavac em grupos prioritários deve ser regularizada apenas na próxima semana.

Ao todo, 416,5mil pessoas de três grupos prioritários aguardam o reforço para completar o esquema vacinal. Segundo Queiroga, a razão para o atraso na distribuição é a demora na chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) ao Brasil, que tem atrapalhado a produção no Butantan.

“Em alguns estados, em decorrência da dificuldade com o IFA vindo da China, o Butantan não fez as entregas, não por responsabilidade do Butantan, que é uma grande instituição [mas sim pelo atraso na chegada do IFA]”, destacou.

Após o pronunciamento do ministro, o Butantan informou que vai antecipar a entrega de 600 mil doses da Coronavac para sexta-feira (30/4). A remessa visa, principalmente, abastecer as cidades de imunizantes para a segunda aplicação.

O Brasil ultrapassou 14,4 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 391 mil óbitos em decorrência da Covid-19. Até o momento, o Ministério da Saúde aplicou 40,2 milhões de doses da vacina (entre primeira e segunda doses).

 
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