A diabetes tem impacto em diferentes partes do corpo humano, incluindo coração, artérias, olhos, rins e nervos. Um estudo publicado na segunda-feira (18/3) na revista NPJ Digital Medicine trouxe evidências de que as variações da glicose em um paciente com diabetes tipo 1 afetam também a função cognitiva.
A cognição se torna mais lenta nos momentos em que a glicose está atípica, ou seja, mais alta ou mais baixa, e os adultos mais velhos e os com comorbidades são mais afetados pelas flutuações do que outros pacientes, descobriram os pesquisadores do Hospital McLean e da Universidade Estadual de Washington, ambos nos Estados Unidos.
“Ao tentar entender como a diabetes afeta o cérebro, nossa pesquisa mostra que é importante considerar não apenas como as pessoas são semelhantes, mas também como elas diferem”, disse a pesquisadora e principal autora do artigo, Zoë Hawks, em comunicado à imprensa.
Diabetes e função cognitiva
Estudos anteriores feitos em laboratório já tinham mostrado que os níveis de glicose muito baixos ou muito altos poderiam prejudicar a função cognitiva, mas as limitações nas pesquisas impediram medições repetidas e de alta frequência nos mesmos indivíduos.
Para fazer o novo estudo, os pesquisadores usaram sensores digitais de glicose e testes de cognição em smartphones para coletar dados de 200 voluntários diagnosticados com diabetes tipo 1.
Uma descoberta interessante foi que o desempenho cognitivo máximo dos participantes coincidiu com níveis de glicose ligeiramente acima da faixa normal. Mas o desempenho caiu à medida que a glicose aumentava ainda mais.
“Esta foi uma descoberta importante porque as pessoas com diabetes muitas vezes relatam sentir-se melhor com um nível de glicose mais alto do que o considerado saudável. Pode ser que seu cérebro se habitue a um nível de glicose ao qual está acostumado”, considera a professora Naomi Chaytor, coautora do estudo e chefe do departamento da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Washington.
Com informações de Metrópoles