A novela da “capivara filó” continua a render capítulos palpitantes, às vezes intrigantes.

Desde o dia 18 deste mês, data que marcou o início da dramaturgia, com a sentença do Ibama que obriga Agenor Tupinambá, residente em Autazes, a entrega da capivara e multa de  R$ 17 mil por maus-tratos, abuso e exploração da imagem de animais silvestres, a crescente audiência da capivara filó indicam que muitas águas ainda vão passar por debaixo da ponte.

Nesta quarta-feira, 26, por exemplo, a juíza Raffaella Cássia de Souza, da Justiça Federal do Amazonas, decidiu ouvir o Ibama antes de proferir a sentença sobre o destino de filó.

Só que um dia antes, ou seja, na terça-feira,  25, um novo capítulo põe Luisa Mell no enredo da história. Disposta a chacoalhar o coreto com lenha na fogueira pipoquente, incandescente, crepitante, com um vídeo pra lá de surpreendente.

Na sua página do Twitter, a ativista da causa animal e influenciadora, dispara: “O herói da capivara… por favor não ousem chamar ele de protetor de animais.  Respeitem quem realmente ama  os bichos. Assistam o vídeo”.

Em nota, Agenor Tupinambá, acusado pelo Ibama  pela morte de uma preguiça-real e de abuso contra a capivara filó e um papagaio, tenta se defender. Nas redes sociais, os internautas divergem nas opiniões, alguns defendem o rapaz de Autazes e outros afirmam que Luisa Mell quer aparecer.

Em um dos comentários o vereador Capitão Carpê diz: “Ué, cada aquele povo todo que estava ganhando visibilidade na onda do Agenor vão abandonar o cara agora? Ué, é só por conveniência então?! Acredito que hoje a cabeça dele é outra, assim como de todos aqui”.

Confira alguns comentários

“Essa Luísa mel tá apagada e vem querer ganhar mídia postando esse vídeo para todo mundo cair em cima do menino”, diz um dos comentários.

“Geralmente é isso que acontece com pessoas de bom coração, são crucificadas pelo simples fato de serem boas. Força @agenor.tupinamba.”

Nota do Agenor

Ano passado fui convidado para participar do Autazes Fest, evento tradicional da minha cidade. E eu fui. Um certo momento, fui chamado para ficar no meio da arena enquanto um porco foi solto para que crianças corressem atrás dele. Infelizmente, é uma situação tradicional em rodeios e que fazem parte da realidade onde cresci. Hoje a minha visão é outra.

Ao assistir o vídeo, é possível ver que não sou eu quem solta o porco e o arrasta pelo rabo. Foi uma situação inesperada onde eu fiquei sem saber como agir diante de todos. E um ponto relevante que não está no vídeo é que sou eu quem retira o porco do meio da confusão. Obviamente, por estar lá presenciando a cena, eu gostaria de colocar dois pontos em respeito a quem me segue.

1 – Peço desculpas por não ter agido de uma forma mais ativa naquele momento, que serviu para eu refletir e rever minhas atitudes. Um dia já fui uma pessoa que não via problema algum em rodeios e hoje não sou mais essa pessoa.

2 – Um momento isolado não pode definir quem eu sou. Ninguém pode ser definido por um recorte, uma única ação. Um vídeo passado, diante de tantos outros que vieram depois e demonstram meu cuidado com tantos outros animais, mostram que estou em constante evolução. Eu amo os animais e ainda tenho muito o que aprender na causa.

Como pessoa pública, entendo o lugar de ser constantemente julgado. Também entendo que muitos protetores de animais e referência na causa pra mim, também já cometeram erros antes da consciência sobre o bem estar animal. Eu só peço sinceramente que antes de qualquer julgamento definitivo, venha uma compreensão melhor de quem eu sou hoje.

Com carinho, Agenor.

 

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