O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (19) a ficha de desfiliação do PSL. A expectativa é de que ela seja apresentada ainda hoje ao diretório nacional do partido e à Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, domicílio eleitoral do presidente.

O documento foi firmado em reunião de Bolsonaro com seus consultores jurídicos Karina Kufa e Admar Gonzaga, no Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira (21), o presidente lançará uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil, e poderá assumir a sua direção nacional.

“Isso aí é página virada. O PSL, quem quiser, fique com ele. O partido do presidente será outro e, com ele, certamente, virão os leais”, afirmou Gonzaga, em uma referência ao grupo de deputados e senadores que pretende se filiar ao novo partido.

Segundo a defesa de Bolsonaro, não há impedimento legal para que ele acumule as funções de dirigente partidário e de presidente da República. Na segunda-feira (19), ele afirmou que há chances de assumir o posto.

“Não há nenhum impedimento legal”, disse Karina. “O que podemos antecipar é que haverá um grupo que irá lidar com as questões decisórias e administrativas, não será uma sigla de um dono só”, acrescentou.

Para os advogados do presidente, já há elementos para que os parlamentares bolsonaristas aleguem justa causa para deixar o PSL sem que percam os mandatos para os quais foram eleitos.

“Justa causa é o que não falta. O que se viu na postura do presidente do PSL e de todos aqueles que o acompanham é, justamente, uma flagrante falta de compromisso com a transparência e boa gestão do dinheiro púbico. E isso é inaceitável para o presidente [Bolsonaro]”, disse o advogado.

Estatuto

No evento de quinta-feira (21), além do anúncio da direção da nova sigla, será apresentado o estatuto e o programa partidários. A legenda também criará um mecanismo de compliance na administração dos recursos partidários e um núcleo inclusivo para pessoas com deficiência e doenças raras.

A ideia cogitada é de que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, assuma essa estrutura. Perguntada sobre o assunto, no entanto, Karina disse que não há informação sobre uma filiação da primeira-dama à nova legenda. (Folha de S.Paulo)

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