Moradores de Seul assistem noticiário sobre o lançamento de mísseis norte-coreanos, em 22 de abril de 2024 - AFP

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, supervisionou um exercício de simulação de “contra-ataque nuclear” como uma advertência aos inimigos do país, anunciou a agência de notícias estatal KCNA nesta terça-feira.

As manobras, que aconteceram na segunda-feira, mostraram pela primeira vez o sistema norte-coreano de gestão do “gatilho nuclear”, segundo a agência.

Algumas horas antes, o Exército da Coreia do Sul havia anunciado o lançamento pelo Norte de mísseis balísticos de curto alcance, disparos que também foram confirmados pelo Japão.

Kim “dirigiu uma manobra tática combinada que simula um contra-ataque nuclear com unidades de foguetes múltiplos supergrandes”. Ele “apreciou o grande acerto e precisão dos foguetes”, segundo a KCNA.

A agência destacou que os mísseis “atingiram seu alvo”, a 352 quilômetros, e que Kim expressou “grande satisfação” com o resultado.

O Exército sul-coreano afirmou na segunda-feira que os mísseis norte-coreanos foram lançados a partir da região de Pyongyang e percorreram quase 300 quilômetros, antes de cair no mar ao leste da península da Coreia.

A manobra avaliou “a confiabilidade dos sistemas de comando, administração, controle e operação de toda a força nuclear”, além de assegurar que as unidades de foguetes múltiplos supergrandes “dominam” a capacidade de mudar para o modo de contra-ataque nuclear, segundo a agência oficial norte-coreana.

A KCNA destacou que as manobras foram uma resposta aos exercícios aéreos conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que aconteceram de 12 a 26 de abril.

Os dois países afirmaram que exercícios serviram para “demonstrar a letalidade do seu domínio aéreo e aumentar a sua capacidade de dissuadir, defender e derrotar qualquer adversário”.

O lançamento “é um exercício elaborado para demonstrar como o regime de Kim responderia a um bombardeio aéreo de Pyongyang das forças aéreas conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul”, afirmou à AFP Han Kwon-hee, da Associação Coreana de Estudos da Indústria de Defesa.

“A manobra demonstra que a possível resposta poderia incluir uma represália com mísseis nucleares contra o Sul”, acrescentou.

Este foi o segundo lançamento em menos de uma semana da Coreia do Norte, que na sexta-feira testou uma “ogiva supergrande” desenvolvida para um míssil de cruzeiro estratégico, informou a imprensa estatal.

Os testes acontecem depois que a Rússia, um aliado próximo de Pyongyang, ter utilizado seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU em março para acabar com o painel de especialistas responsáveis por monitorar as sanções contra o programa nuclear e armamentista da Coreia do Norte.

Com informações de ISTOÉ 

Artigo anteriorDezenas de tremores abalam Taiwan poucas semanas após semanas terremoto fatal
Próximo artigoPedidos de isenção da taxa do Enem podem ser feitos até sexta-feira