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A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em queda livre neste início de segunda metade do mandato. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na última semana, a aprovação do petista despencou de 35%, em dezembro, para 24%, o menor índice entre todas as gestões do petista.

Entenda

  • Aprovação caiu de 35% (dezembro) para 24% (menor índice dos três mandatos do petista).
  • PT busca reforçar a comunicação para tentar reverter o cenário de queda de popularidade de Lula, já de olho em 2026.
  • Para alavancar a aprovação de Lula, o Palácio do Planalto trabalha em medidas populares, como ampliação do vale-gás e da isenção do imposto de renda.

Para reverter o cenário a tempo das eleições de 2026, o governo prevê uma série de medidas que miram desde o público de baixa renda à classe média. Uma das principais apostas é a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. A mudança foi anunciada no final do ano passado, em meio às discussões sobre o ajuste fiscal promovido pelo governo.

A chamada reforma da renda ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional, mas o texto nem chegou a ser apresentado. Como mostrou o Metrópoles, a equipe econômica enfrenta dificuldades para fechar as medidas de compensação para minimizar os impactos da isenção sobre a arrecadação. O projeto, no entanto, é tratado como prioridade no governo. O objetivo é que o texto seja aprovado ainda neste ano para começar a valer em 2026.

Outra ação prevista é a ampliação do vale-gás. Segundo o presidente, o projeto “está quase pronto” e deve abranger 22 milhões de novas famílias. “Para nós, o gás faz parte da cesta básica. Ele sai por R$ 36 da Petrobras e chega nos estados a R$ 130, a R$ 140, a R$ 150, e não é justo isso. Não é justo”, defendeu o titular do Planalto em discurso, na última semana.

O Palácio do Planalto também aposta em medidas para reduzir o preço dos alimentos para dar uma guinada na popularidade do petista. A inflação do segmento alimentício teve uma alta no ano passado, saindo de -0,5% em 2023 para 8,2% em 2024, com impacto especialmente nos valores da carnes, café, leite e derivados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para tentar reverter a alta no preço dos alimentos, o governo Lula tem se reunido com representantes do setor para conter o aumento. “Nós estamos trabalhando, conversando com empresários, utilizando muito a competência da Fazenda, a competência do Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para que a gente encontre uma solução sobre como reduzir o preço. Nós vamos encontrar uma solução para os preços”, disse o presidente em entrevista a rádios da Bahia.

A expectativa é de que nesta semana o chefe do Palácio do Planalto se encontre com empresários do agronegócio para tratar de formas de equilibrar o preço dos alimentos.

Já na linha de frente da linha de crédito, o governo federal trabalha em uma plataforma para o empréstimo consignado a trabalhadores por meio da CLT. A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) é responsável pelo desenvolvimento das soluções tecnológicas da modalidade.

O consignado é descontado diretamente na folha de pagamento do trabalhador, o que possibilita uma maior segurança a quem concede o crédito, gerando taxas de juros menores.

Eleições de 2026

A queda da popularidade de Lula demonstra um caminho árduo para o petista tentar a reeleição em 2026. O chefe do Palácio do Planalto já informou que só irá disputar o pleito se tiver “100% de saúde”.

Uma pesquisa Ipec, divulgada no sábado (15/2), mostra que 62% dos brasileiros avaliam que o presidente não deveria se candidatar em 2026; Outros 35% acreditam que ele deveria concorrer.

Para viabilizar a campanha, a estratégia do PT é investir na comunicação. Neste sentido, a primeira mudança na área já ocorreu, a troca de Paulo Pimenta na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) por Sidônio Palmeira.

Os políticos do PT também devem entrar nesta empreitada, investimento mais nas redes sociais com o intuito de divulgar as ações realizadas pelo presidente, personificando as medidas, como o auxílio gás e o Pé-de-Meia, incentivo financeiro para os estudantes do ensino médio inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). As informações são de Metrópoles.

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