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A ‘epidemia’ de acidentes de trabalho é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil. Por isso, todos os anos o país celebra, em 27 de julho, o Dia Nacional de Prevenção a Acidentes de Trabalho. A data busca ressaltar a importância da prevenção e do papel do profissional técnico em Segurança do Trabalho, que atua no estabelecimento de diretrizes para o bem-estar dos colaboradores e a redução dos riscos de acidentes nas empresas.

Dados do Observatório de Segurança no Trabalho revelam que Manaus é a 9ª cidade do Brasil a registrar mais acidentes de trabalho. Foram 61.550 casos entre 2012 e 2022, período de coleta dos dados. O número está à frente dos registros em capitais como Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belém (PA). Desde 2012, 28.973 mil pessoas com carteira assinada morreram em acidentes de trabalho, o equivalente a um óbito a cada 3h47min, segundo o Observatório.

Professor do curso técnico em Segurança do Trabalho do Centro de Ensino Técnico (Centec), o engenheiro civil Varlem Bastos destaca que dicas simples podem fazer uma enorme diferença na prevenção a acidentes laborais. “Dentre os hábitos básicos, mas essenciais, estão sempre fazer uso de equipamentos de proteção individual, estar atento e evitar situações de risco, seguir as medidas de controle sinalizadas pela empresa e priorizar, sempre, a sua segurança”, afirma.

Custo

Outro dado que chama a atenção por mostrar as consequências dos acidentes laborais é o custo com os afastamentos temporários. Segundo o Observatório de Segurança no Trabalho, desde 2012, o Estado brasileiro gastou mais de R$ 155 bilhões com esses afastamentos. O valor é o equivalente a R$ 1 a cada 2 milisegundos. 

Bastos destaca que o profissional de segurança do trabalho é um dos mais requisitados nas empresas. Aliás, a Norma Regulamentadora 4 (NR4), criada em 1978 pelo Ministério do Trabalho, define a obrigatoriedade da contratação desse profissional a depender do nível de risco de cada empresa. 

Empreendimentos que envolvem metalurgia e alumínio (risco 4), por exemplo, são obrigados a ter um profissional a partir de 50 trabalhadores. Já os bancos (risco 1) precisam contratar um profissional desta área a partir de 500 funcionários. 

“A demanda está cada vez mais alta em todo país e isso está ligado às constantes mudanças e atualizações das normas regulamentadoras (NR). O profissional que deseja aproveitar essa demanda deve estar sempre atualizado com os atuais requisitos do mercado, como conhecer o processo de emissão de documentos de SST, envio de arquivos na plataforma e-Social, do governo, e saber fazer o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais da atual legislação”, comenta.

No Amazonas, um dos destaques para profissionais da área é a Zona Franca de Manaus. O Polo Industrial é formado por mais de 500 empresas divididas em setores como Duas Rodas, Concentrados de Bebidas, Termoplástico e Metalúrgico. Em todos os casos, é obrigatório ter técnicos em segurança do trabalho.

Aprendizado

Formada pelo Centec, a técnica em Segurança do Trabalho, Jussara Correia, diz que escolheu a área porque gostava da ideia de planejar e executar todos os cuidados necessários para promover a segurança dos colegas de trabalho.

“Das coisas que eu aprendi no curso e que mais gosto de fazer, com certeza, estão o DDS [Diálogo Diário de Segurança] e a participação da Sipat, que é a semana de prevenção a acidentes de trabalho, organizada pelo técnico em segurança”, destaca.

Jussara, que vive a profissão diariamente, entende o técnico em segurança do trabalho como essencial para a promoção da saúde dos colaboradores de uma empresa. “Somos importantes para dar segurança no ambiente laboral, para não acontecer acidentes que possam causar lesões, mortes, doenças ocupacionais ou psíquicas”, afirma.

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