Imagens mostram que durante visita da esposa à Penitenciária Federal de Brasília, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), demonstrou preocupação com a aparência. Aos 54 anos, ele reclamou para a mulher, Cynthia Giglioli Herbas Camacho, que os cabelos estavam ficando brancos. Com informações de Metrópoles.
“Meu cabelo está branco”, disse. Cynthia responde que está “normal” e ele retruca: “Não, fala a verdade. Envelheci bastante? Ninguém me fala a verdade, sabe?”, reclama. “Não, eu tô falando a verdade. Não tá muito branco, não”, continua a esposa no diálogo.
Marcola insiste e pede que a mulher seja sincera. “Mas e meu rosto, como é que tá? Fala a verdade. Eu não quero ser iludido, entendeu?”
As imagens foram reveladas pelo Fantástico, na noite desse domingo (14/8). Durante a visita, que ocorreu em novembro do ano passado, a mulher também conta que bandidos teriam a assaltado e devolvido o celular e dinheiro ao descobrirem que se tratava da companheira do líder do PCC.
“Devolveram, porque viram o meu nome, que era o seu nome. Cynthia Giglioli Herbas Camacho. Mandaram entregar lá no salão”, diz.
Marcola ri e comenta com a esposa que ele é muito conhecido naquela região.
Plano de fuga
Na última semana, investigação conduzida pela Polícia Federal em conjunto com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) revelou que integrantes do PCC elaboraram ao menos três planos para resgatar líderes da facção presos nas penitenciárias federais de Brasília e Porto Velho (RO). Entre eles, Marcola, que foi transferido de Brasília para a capital de Rondônia em março deste ano. Uma das estratégias da organização era considerada como “missão suicida”.
Conforme levantamento de inteligência, o primeiro plano, batizado de STF, consistia na invasão da penitenciária federal de Porto Velho. A facção já teria montado um arsenal milionário com armamento pesado para destruir os muros do complexo. O segundo, chamado de STJ, incluía o sequestro de autoridades e familiares do Depen, para, em troca, exigir a libertação dos líderes.
A terceira e última opção seria uma “missão suicida”. A ideia era que o próprio Marcola desse início a uma rebelião dentro do presídio federal e usasse um policial penal como refém. Os planos seriam colocados em prática ainda neste ano.
Anjos da Guarda
A PF deflagrou, na última quarta-feira (10/8), a Operação Anjos da Guarda, que tem o PCC como alvo. Cerca de 80 policiais federais cumpriram 11 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em três unidades da Federação: Distrito Federal (Brasília); Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas); e São Paulo (capital, Santos e Presidente Prudente).
Segundo as investigações, para viabilizar o plano, as lideranças criminosas fizeram uso de uma rede ilegal de comunicação por meio de advogados, que transmitiam e entregavam mensagens dos presos para criminosos fora da prisão envolvidos na tentativa de resgate e fuga. Pelo menos quatro defensores foram detidos.
Para tanto, os investigados valiam-se dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando códigos que remetiam a situações jurídicas que não existiam. Cerca de quatro defensores do comando foram presos na quarta.