Um relatório divulgado pela organização Todos Pela Educação, nesta segunda-feira (22/2), mostra que, em 2020, a educação básica (que vai do ensino infantil ao médio) teve a menor execução da década, com R$ 32,5 bilhões gastos.

O valor disponível para investimentos na área era de R$ 42,8 bilhões — 10,2% a menos que a verba de 2019 —, mas a quantia não foi totalmente gasta. Segundo o estudo, 81% das despesas obrigatórias para a educação básica foram executadas.

Além disso, o Ministério da Educação (MEC) finalizou o ano com o menor orçamento desde 2011: R$ 143,3 bilhões. Desse montante, apenas R$ 116,5 bilhões foram utilizados.

O relatório foi elaborado com base em publicações bimestrais do Ministério da Economia. Para a Todos Pela Educação, a gestão atual do MEC não priorizou a educação básica, principalmente no período da pandemia de Covid-19.

“A pandemia evidenciou dificuldade de resposta das redes de ensino em um cenário de crise, mas escancarou a incapacidade de liderança do MEC, comprometendo os avanços que vínhamos observando em agendas prioritárias para a garantia de um ensino de qualidade para todos os alunos brasileiros”, afirma Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação.

Orçamento

Além de não gastar todo o valor disponível para a educação básica, o MEC também deixou de empenhar dinheiro em outras áreas. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) teve redução de 6% no orçamento, o que significa perda de R$ 1,9 bilhão em 2020.

Do valor de R$ 4,4 bilhões disponíveis para o FNDE, foram utilizados apenas R$ 2,5 bi — ou seja, 63% do limite total.

“O consumo do limite de empenho pelo FNDE é extremamente baixo para o período de 12 meses e evidencia a falta de capacidade técnica e vontade política dentro do ministério para executar o orçamento aprovado para 2020”, argumenta a equipe do Todos pela Educação.

A reportagem demandou o MEC sobre o assunto e aguarda resposta. O espaço segue aberto para manifestações.

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