O médico Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a 15 processos por complicações pós-cirúrgicas em Manaus e que chegou a ser um dos selecionados pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal, para atuar em Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal, mas foi barrado depois da descoberta das ações que ele responde na Justiça da capital amazonense, ainda continua atuando normalmente no Hospital Regional do Perpétuo Socorro, em Guajará Mirim, Rondônia.

A reportagem do Fato Amazônico, em consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde, descobriu que Carlos Cury, que aparece como médico cirurgião geral, está com a situação ativa atuando tranquilamente em uma unidade municipal, sem nenhum problema.

Mesmo respondendo várias ações em Manaus por lesão corporal de natureza grave, o Conselho Regional de Medicina de Rondônia e o Conselho Federal de Medicina, não suspenderam Carlos Cury de suas atividades como médico.

Denúncias no Facebook

As denúncias contra Carlos Cury, começaram em maio do ano passado, quando a corretora de imóveis Doris Areal, depois um ano de luta para acabar com a deformação do seu corpo e a depressão, resolveu fazer uma campanha no Facebook para mostrar a sociedade amazonense no que o médico a transformou depois da lipoescultura e evitar novas vítimas.

O motivo da campanha, foi também de encontrar outras vítimas de Carlos Cury, e surtiu efeito, pois hoje o suposto cirurgião plástico responde a 15 denúncias por erro médico e já foi indiciado em seis por lesão corporal gravíssima.

Vítimas

Ana Ely Sobralino Cavalcante, Anatércia de Souza Santos, Ana da Silva Machado, Claudiane Ribeiro Maia, Domingas Pereira Liboria, Doris Miriam da Cruz Areal, Naize Nascimento da Silva, Solange Andrea dos Santos Bernardino e Yara Glaucia Vieira Aguiar.

Ações de danos e material

Doris Areal, que iniciou a luta contra Carlos Cury, foi a primeira das vítimas a ingressar com ação de indenização por danos morais e materiais contra o suposto cirurgião plástico e o Instituto do Coração (INCOR), onde ela foi submetida em fevereiro de 2010 a uma lipoescultura e a uma abdominoplastia e acabou tendo o corpo desfigurado.

De ano estético, Doris está pedindo R$ 100 mil, pela mutilação que sofreu nos seus seios, cicatrizes nos seus glúteos, além da perda de sensibilidade em parte dos seios.

De danos materiais, ela pediu cerca de R$ 49 mil, dinheiro desembolsado por ela para recuperação dos danos sofridos com a intervenção cirúrgica. Por perdas e danos, a corretora quer receber mais R$ 60 mil. Com relação aos danos morais, Doris Areal pede a importância de R$ 50 mil.

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