Antônio Andrade, presidente do Boi Garantido (Foto: Elcio Farias/Vídeo Park)

Em tom de desabafo, em entrevista por telefone exclusiva ao Programa Fatos e Boatos na Rádio Clube de Parintins transmitida das 11h às 12h nesta quarta-feira (29/06), o presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, rompeu o silêncio sobre os últimos acontecimentos no bumbá, após sair derrotado do 55º Festival Folclórico de Parintins.

Durante a sabatina do radialista e apresentador Gil Gonçalves, o dirigente revelou que sente insegurança no momento em ir para a “Cidade Garantido”, devido as últimas ocorrências, e optou por resolver os problemas do bumbá em casa, na comunidade Santa Luzia do Macurany, enquanto a vice-presidente, Ida Silva, atua diretamente na sede administrativa. 

Andrade, questionado se entregou todo o boi na mão da noviça e já extinta Direção Geral de Espetáculo (DGE), departamento que substituiu a então Comissão de Artes, foi enfático sobre as falhas de execução do projeto “Amazônia do Povo Vermelho”: “Têm coisas da DGE que me desagradaram muito, por isso extinguir”. Na conversa de cerca de uma hora de duração, Antônio se defendeu das acusações de favorecimento pessoal do mandato para utilizar recursos do boi na construção de uma chácara avaliada em R$ 800 mil no mercado imobiliário. Informou ter investido indenizações e empréstimos na obra.

O dirigente também confessou ter cometido erro, ao reduzir o número de artistas plásticos de alegorias, diante das estruturas apresentadas na arena do Bumbódromo avaliadas menores em proporção à expectativa criada para a disputa do festival, em comparação à estrutura do boi contrário. Antônio disse que não se sente abandonado depois da ‘grande revoada’ de pessoas da diretoria do boi, inclusive todos os levantadores de toadas, pois partiu dele a solicitação a todos os membros o pedido de entrega dos cargos que ocupavam os departamentos. Andrade exigiu respeito sua à honra e sua à família.

O presidente do Garantido assumiu pessoalmente a culpa pelo que chamou de “erro político” ao contratar David Assayag para o item 02, o que causou uma das maiores insatisfações na galera vermelha, em virtude de já haver um xodó, o levantador de toadas, Sebastião Jr, preterido nas duas primeiras noites de apresentação do festival 2022, escalado pela DGE para concorrer somente no dia 26 de junho. Na segunda noite, quem defendeu o item 02 foi Edilson Santana, o terceiro levantador de toadas. “As noites estavam programadas para cada levantador de toadas. Se eu troco, seria um desastre”, alegou.

Antônio justificou não ter comparecido na sala de apuração, porque esperava pelo levantador de toadas, Sebastião Jr, em casa, para um diálogo, isso tudo enquanto rolava a divulgação das notas pela Comissão Julgadora do 55º Festival Folclórico de Parintins no Bumbódromo na tarde do dia 27 de junho.

“Eu estava todo pronto para a apuração, fiquei aguardando ele (Sebastião). Ele não apareceu para falar comigo. Agora, ele só não vai ser levantador de toadas, se ele não quiser”, assegurou. Andrade se queixou de ser alvo de um movimento político que orquestra sua renúncia ou destituição do mandato.

O presidente se autodeclarou o responsável pelo desmonte artístico, ao instituir a DGE no lugar da Comissão de Artes que teve membros contratados pelo Caprichoso, e prometeu dialogar com todas as forças do boi pela reunificação do vermelho que será formado por um novo grupo, com o objetivo de formatar o projeto de arena de 2023. Antônio avisou que processará a todos pelas denúncias de irregularidades na imprensa.

Andrade alegou ser vítima de perseguição da TV Norte e mencionou o nome do empresário Sérgio Bringel, dono da emissora do Amazonas afiliada ao SBT, que teria lhe pressionado a romper o contrato do Garantido com a TV A Crítica. 

Artigo anteriorUnidades móveis de castração realizaram mais de 4 mil procedimentos no Amazonas
Próximo artigoIlumina+ Amazonas chega a Nhamundá para modernizar sistema de iluminação pública do município