Em audiência pública no Senado, nesta quinta (11), o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil vai imunizar contra covid-19 toda a população apta para receber a vacina até o fim do ano. No Amazonas o objetivo é acelerar a vacinação, contudo o ministro não deu um prazo para isso acontecer.

Aos senadores, no plenário da Casa, ele disse que o ministério trabalha para imunizar toda a população “vacinável”. Segundo ele, metade do público-alvo será vacinada no primeiro semestre e a outra metade, no segundo semestre.

Colapso no Amazonas

Cobrado por explicações sobre a situação de ausência de oxigênio no Amazonas, Pazuello disse que, em nenhum momento, no documento do dia 8 de janeiro, falou-se em “falta de oxigênio”.

“Rede de gases são os tubos de gases, e não o oxigênio que vai dentro. Pressurização entre o município e o estado é regulação entre um e outro”, disse ele se referindo ao conteúdo do relatório.

O relatório da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) citado pelo ministro traz as seguintes informações: “Foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio. Existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”.

Também sobre Manaus, o mesmo documento aponta “dificuldade crítica nos respiradores (oxigênio) dos Hospitais da Rede de atendimento Covid-19”.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) criticou a explicação de Pazuello, que, segundo o parlamentar, não é verdadeira.

“Desculpe-me, esse relatório que falou de rede pressurizada entre município e estado com relação a oxigênio — essa rede não existe, ministro, essa rede não existe. Portanto, não é possível dizer que a falta de oxigênio no Amazonas foi em função de falta de pressão entre redes inexistentes. Isso não é verdade”, protestou Braga, que já havia dito que alertou o ministro sobre o aumento de casos no Amazonas.

Vacinação no Amazonas

O ministro também afirmou que o objetivo é acelerar a vacinação no Amazonas: “Conseguimos reverter inicialmente as tendências, hoje temos tendência de queda, e vamos completar essa missão com a vacinação forte, que é nosso objetivo: a aceleração da vacinação no Amazonas”, disse.

Os senadores representantes do Amazonas, reivindicaram por mais vacinas para atender a emergência local e evitar uma terceira onda. “Ou nós imunizamos 70% no Amazonas ou vamos e enfrentar uma terceira onda. O mais rápido possível. Isso é uma apelo que nós, amazonenses, fazemos ao senhor e ao presidente Jair Bolsonaro”, disse o senador Omar Aziz.

“Enterrados no quintal de casa”

Eduardo Braga afirmou que ao contrário do alegado por Pazuello, a situação está longe de ser controlada no estado. “Ao contrário: as mortes se estabilizaram em médias altíssimas de 113 mortos por dia, só no mês de janeiro. Neste momento, são 164 pessoas mortas por dia. O diagnóstico nem sempre é de covid, porque tem gente que está morrendo e nem chega ao hospital. Está morrendo em casa, sendo enterrado no quintal de casa”, criticou, pedindo urgência de vacinação.

Pazuello informou que o objetivo é vacinar todos acima de 50 anos, “o mais rápido possível”, não dando uma previsão. O Amazonas já recebeu 940 mil doses a mais do que outros estados e é o estado com maior proporção da população vacinada (4,5%). No entanto, menos de 35% das doses entregues chegaram ao braço da população, até o momento.

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