O Amazonas lidera o ranking de mortes maternas no Brasil. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde durante o seminário virtual promovido, nesta sexta-feira (4), pela Comissão de Saúde e Previdência (CSP) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que é presidida pela deputada Dra. Mayara Pinheiro Reis (PP).

“A realidade do nosso estado me assustou um pouco. Nós precisamos agir rapidamente para mudar isso”, enfatizou a deputada que aproveitou a oportunidade para agradecer o Ministério  da Saúde o apoio dado ao Estado com treinamentos para melhorar o atendimento, em hospitais e prontos-socorros, principalmente dos municípios do interior.

A assessora técnica da Saúde das Mulheres, Dra. Maria Gerlívia de Melo Maia Angelim, representante do Ministério da Saúde neste seminário, expôs ao público dados e informações sobre a Saúde da Mulher e o trabalho da pasta para combate à mortalidade materna.

Conforme dados, em 2018, a razão de mortalidade materna na região norte foi de 80,8. Em contrapartida, nesse mesmo ano a razão do Brasil foi de 59,1. Apenas o Estado do Amazonas tem a razão de mortalidade de 108,4, a mais alta entre todos as Unidades da Federação.  Entre as principais causas de óbitos estão a hipertensão, hemorragia e infecção puerperal.

“Dentro do núcleo de coordenação em Saúde temos duas metas: reduzir de 59,1 para 52,0 a razão da mortalidade materna e aumentar em 25% a realização da primeira consulta de pré-natal até a 12° semana. Tudo isso em um período de três anos”, afirmou a assessora técnica do MS, Dra. Maria Angelim.

Além da presença da assessora técnica de Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, Dra. Maria Gerlívia de Melo Maia Angelim, o evento também teve participação da presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Pinto; do Comitê Estadual de Mortalidade Materna de Pernambuco, representado pela Dra. Sandra Valongueiro Alves; da Coordenadora do Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal de Manaus, Sonja Farias, da secretária executiva adjunta de Políticas Públicas, enf° Nayara Maksoud e do gerente de maternidade da SES-AM, enf° Edilson Albuquerque.

Todos os palestrantes apresentaram dados de combate e prevenção ao óbito materno, além dos trabalhos executados nesta área durante o seminário online. Ao final, uma mesa redonda foi feita para analisarem as melhores formas de reduzir o índice de mortalidade materna dentro da área de atuação de cada profissional do evento. Uma das soluções apresentadas foi a humanização do parto nas maternidades públicas e um treinamento para profissionais da saúde (médicos e enfermeiros) com objetivo de reduzir a violência obstétrica. Já no âmbito municipal, desenvolver um acompanhamento aprimorado às gestantes para facilitar ainda mais o acesso ao atendimento primário.

Desde o início de seu mandato, a parlamentar acompanha a situação do Amazonas e tem elaborados projetos que visam contribuir com a redução do índice no estado. Um exemplo é o Programa Sentinela da Vida que irá monitorar e identificar causas da morbidade materna (complicações graves que ocorrem durante gravidez, parto ou puerpério) a fim de evitar a mortalidade materna. Também propôs a prioridade para grávidas na fila do Sisreg na marcação de consultas e exames, e a disponibilização do exame ecocardiograma fetal durante o pré-natal na rede pública e privada de saúde – uma forma das gestantes identificarem com antecedência se o feto possui algum problema cardíaco.

O seminário “Políticas Públicas para a redução da mortalidade materna no Amazonas” está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=ZVH6PvpLONo.

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