Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

A segunda fase do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas, previsto para começar na última semana do mês, deve ajudar a destravar o consumo no país no último trimestre do ano. Economistas avaliam que as renegociações devem trazer fôlego financeiro às famílias e facilitar a compra de bens duráveis (eletrodomésticos como geladeira, máquina de lavar, entre outros), mais sensíveis ao crédito. O movimento pode ganhar fôlego com o ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic.

Segundo o Ministério da Fazenda, a segunda fase do programa atraiu mais de 900 empresas credoras que representam 86% das dívidas de até R$ 5 mil. Esta segunda etapa permitirá que consumidores com renda de até dois salários mínimos ou que estejam inscritos no Cadastro Único renegociem contas básicas, como luz e água, e débitos com varejistas. O programa vai até dezembro.

— Tem um impacto positivo para o consumo de bens, principalmente duráveis, que até então tinham um cenário mais fraco e muito afetado pelo mercado de crédito. E tem uma expectativa de que os juros bancários caiam não só pela redução da Selic, mas também pelo menor risco de crédito. Isso acaba favorecendo o consumo no último trimestre — afirma Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria.

A MB Associados previu, em relatório recente sobre o PIB, que o Desenrola vai aumentar o potencial de consumo das famílias no fim do ano, facilitando o crédito. A consultoria prevê alta de 1,5% do consumo das famílias no quarto trimestre em relação a igual período do ano passado. Nos cálculos da XP, o consumo das famílias deve crescer 2,7% no ano fechado de 2023.

Segundo Daniel Arruda, economista da LCA Consultores, a primeira fase do Desenrola — voltada para dívidas bancárias de devedores com renda de até R$ 20 mil — já levou a uma melhora do nível de inadimplência entre pessoas físicas. Para a segunda fase, a previsão é de um impacto ainda mais amplo já que leva em conta também as dívidas não bancárias.

— O impacto sobre o consumo tende a ocorrer nos próximos meses. Considerando que o programa vale até o fim do ano, esse efeito deve ter uma certa perenidade. Vai ter contribuição positiva, a despeito dos juros ainda altos (atualmente em 13,25% ao ano), que atrapalham o consumo de bens.

Com informações de: Agência Brasil 

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