As obras “fantasmas” continuam a ser realizadas no interior do Estado sem que nenhuma fiscalização ocorra, seja ela do Tribunal de Contas ou de qualquer órgão responsável para saber se os trabalhos realmente estão sendo desenvolvidos. A Secretaria de Estado de Infra-Estrutura, que proporcionou um dos maiores escândalos na administração do ex-governador Eduardo Braga, quando mais de R$ 18 milhões foram liberados para obras nos municípios do Alto Solimões, Benjamin Constant, Fonte Boa, Santo Antônio do Içá e Tabatinga, mas nada foi realizado, a SEINFRA, volta a aparecer em nova denúncia de serviços pagos, em tor no de R$ 22 milhões, mas não acabados ou executados.

Desta vez a denúncia vem de Carauari, onde a Cotrap Construtora e Transportadora Ltda, do ex-prefeito de Apuí, Vitor Marmentini, apesar de considerada inabilitada pela Secretaria de Estado de Infra-Estrutura, ganhou duas licitações, uma de pouco mais de R$ 11 milhões e outra de mais de R$ 12 milhões.

A primeira destinada a pavimentação da Estrada do Gavião e outra de R$ 11 milhões, para obras de pavimentação e drenagem de toda sede do município, a segunda para a estrada do Gavião, que leva ao novo porto da cidade.

De acordo com o vereador José Airton Freitas Siqueira, um fato chama a atenção deste caso, a Cotrap, mesmo antes do termino da licitação na CGL, onde foi considerada inabilitada, a construtora, já tinha montado um canteiro de obras em Carauari, com a certeza de que ganharia os dois certames o de R$ 11 milhões e o de R$ 12 milhões.

As obras, de acordo com o vereador iniciaram em setembro do ano passado, às vésperas das eleições municipais, que tinham como candidatos, Chico Costa (PSD), concorrendo a reeleição e o ex-prefeito Bruno Litaiff (PMDB).

O prefeito Chico Costa (foto), teria sido de beneficiado com a chegada da Cotrap, dias antes das eleições em Carauari

De acordo com o vereador, a evidência de fraude é tamanha que as máquinas da Cotrap, chegaram a Carauari, no final de setembro do ano passado, dias antes das eleições, sem se quer ter um contrato ou vencido a licitação para efetuar os serviços de pavimentação e drenagem da sede do município e também na estrada do Gavião, que leva ao novo porto da cidade.

O parlamentar disse que do final do mês de setembro a 5 de outubro, os funcionários da empresa trabalharam na área central da cidade, onde maquiaram o asfaltamento de algumas ruas da cidade e sumiram.

“A licitação dessas duas obras, só ocorreu em novembro”, disse José Airton, afirmando que a empresa solicitou o pagamento da 1ª medição dos serviços realizados que já foi autorizado pela secretaria Waldivia Alencar.

Ele acrescentou que antes do resultado do vencedor da licitação de mais de R$ 22 milhões, as máquinas da Cotrap, chegaram a Carauri, para maquiarem os serviços de pavimentação e drenagem da sede do município e também na estrada do Gavião, que leva ao novo porto da cidade.

O parlamentar disse que a empresa iniciou os serviços no município, mas dava para ver que era algo estava errado. “Dias antes das eleições, os funcionários da empresa desapareceram, e os trabalhos nas ruas de Carauari, ficaram pela metade”, disparou, afirmando que mesmo assim a secretaria Waldivia Alencar, já determinou o pagamento.

Fraude e certeza da impunidade

Para o vereador, a evidência a fraude pode ser comprovada através de fotos e depoimentos de moradores das ruas que a empresa garante ter asfaltado, na verdade foram apenas maquiadas e nas maioria com uma camada de asfalto tão fina que os buracos já tomaram conta das vias.

O parlamentar garante ainda que, a certeza da impunidade é tamanha por parte dos donos da empresa, uma vez que não existe fiscalização do prefeito ou dos vereadores que eles deixam as obras inacabadas e vão embora sem dar nenhuma explicação aos moradores.

Denúncia no Ministério Público

A denúncia de irregularidade nas obras, já foi parar no Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado, onde o ex-prefeito de Carauari, Bruno Litaiff, deu entrada no dia 28 de maio deste ano.

Na petição Bruno, pede que seja oficiado a Polícia Federal, para apurar os delitos penais e que os envolvidos na fraude na licitação e na questão da obra que não foi realizada no município sejam condenados de acordo com a lei.

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