Na sexta-feira (7/5), o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, por meio de seu porta-voz Ruppert Colville, em uma coletiva de imprensa, em Genebra, disse que a entidade está “profundamente perturbada” com as 25 mortes na comunidade do Jacarezinho, no Rio De Janeiro.

“Estamos profundamente perturbados pelas mortes de 25 pessoas numa operação policial”, disse Colville. Para a ONU Direitos Humanos, a operação confirma que a polícia, no Brasil, se excede no uso da força e da autoridade.

Ainda segundo o porta-voz, o modelo de segurança pública em comunidades está errado e uma investigação imparcial deve ser aberta para investigar o caso.

A organização não nega a existência do crime organizado e do tráfico de drogas nas comunidades, mas contesta a abordagem utilizada pelos militares.

“A forma de lidar com isso é com responsabilidade por parte das autoridades para garantir que a população civil, mulheres e crianças não sejam afetados”, salienta Colville.

Segundo Colville, o governo tem a responsabilidade de “equilibrar o policiamento necessário no caso de atividades criminosas com sua responsabilidade até maior de proteger a população civil de mortes e ferimentos, além de crimes”.

Operação Exceptis

Na quinta-feira (7/5), um intenso tiroteio na Favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou pelo menos 25 mortos, entre eles um policial, e dezenas de pessoas feridas. Dois policiais também foram atingidos de raspão no braço e panturrilha e têm quadros estáveis.

Ao todo, 21 traficantes foram identificados e são procurados pela polícia local. Segundo a Polícia Civil, são 24 suspeitos mortos e o agente.

Em nota, a Polícia Civil informou que a ação, batizada de Operação Exceptis, é resultado de investigação contra a organização criminosa que atua na comunidade e coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

O grupo é investigado pelo aliciamento de crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território, explorando os menores para práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e sequestros de trens da Supervia, dentre outros crimes praticados na região.

O confronto interrompeu a circulação dos transportes públicos na região, além de ter provocado o fechamento de escolas e de unidades de saúde, suspendendo, entre outros serviços, a vacinação contra a Covid-19.

O MetrôRio informou que os “dois clientes foram atingidos na altura da estação de Triagem, após o vidro de uma das composições aparentemente ser atingido por projétil”. Os passageiros feridos foram socorridos e também têm quadros estáveis. Com informações de Metrópoles.

 
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