
A Operação Ágata Amazônia segue como uma das principais frentes de ação do governo federal na defesa das fronteiras e no enfrentamento aos crimes ambientais e transnacionais que ameaçam a região amazônica. Mais do que uma operação repressiva, a iniciativa reafirma o compromisso do Estado brasileiro com a proteção dos recursos naturais e a garantia de soberania em áreas de difícil acesso.
Criada em 2011 no contexto do Plano Estratégico de Fronteiras, a Operação Ágata nasceu com o objetivo de intensificar o controle sobre os quase 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres que o Brasil compartilha com dez países sul-americanos. Desde então, a operação passou a integrar forças militares — Marinha, Exército e Aeronáutica — com órgãos de segurança pública e agências governamentais, promovendo uma atuação articulada contra crimes como tráfico de drogas, contrabando, garimpo ilegal e desmatamento.
Ao longo dos anos, a operação foi incorporada ao Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), ganhando maior amplitude ao incluir também a costa marítima brasileira como área de atuação. Essa ampliação permitiu uma resposta mais eficaz aos crimes transnacionais e fortaleceu a atuação estatal em regiões estratégicas.
Em 2024, os resultados da Ágata Amazônia impressionaram: foram apreendidas 4,2 toneladas de pasta base de cocaína, 704 quilos de maconha, além de armamentos, munições, motores e cerca de dois quilos de ouro extraído ilegalmente. As forças de segurança também neutralizaram 120 embarcações envolvidas em atividades ilícitas, causando um prejuízo estimado de R$ 600 milhões a organizações criminosas que atuam na região.
A atuação vai além do enfrentamento direto ao crime. A Operação Ágata também desenvolve ações de cunho social, como atendimentos médicos em comunidades ribeirinhas e indígenas, e a distribuição de alimentos em áreas remotas. Em 2023, por exemplo, durante a Ágata Fronteira Norte, 25 mil cestas básicas foram entregues na Terra Indígena Yanomami, um gesto de solidariedade e assistência em uma das regiões mais isoladas do país.
A presença constante das Forças Armadas e dos órgãos parceiros em locais de difícil acesso é um dos diferenciais da operação. Essa presença não apenas desarticula atividades criminosas, mas também assegura apoio logístico e institucional para populações que frequentemente vivem à margem das políticas públicas.
O êxito da Operação Ágata está diretamente ligado à articulação entre as diferentes esferas do poder público e à capacidade de resposta diante de um cenário cada vez mais complexo. Em tempos de intensificação das ameaças à floresta e à soberania nacional, a continuidade e o fortalecimento dessa atuação são essenciais para o futuro da Amazônia.
A Operação Ágata não é apenas um instrumento de segurança: é um símbolo da presença ativa do Estado brasileiro na defesa do seu território, da proteção do meio ambiente e da promoção de justiça em regiões historicamente negligenciadas.