Como o professor Caraíba não obteve resposta para a sua pergunta (“O que é que está acontecendo aqui?”), teve vontade de falar e não pôde. À voz não saia da garganta. Tinha algo dentro de si que impedia o raciocínio, a passagem das palavras à realidade e ficou ali, parecendo um fantasma, observando aquele encontro de notáveis.
— “Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?” — indagou Fernando Pessoa.
Em seguida, Leonardo da Vinci disse: — “As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar”. E completou: — “A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação”.
Sidarta Gautama concordando com as palavras do poeta português, disse: — “Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora. Quanto mais coisas você tem, mais terá com o que se preocupar. A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta. Por mais que na batalha se vença um ou mais inimigos, a vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias. A vida não é uma pergunta a ser respondida. É um mistério a ser vivido. Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor. Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima”.
Nietzsche, nem parecendo o filósofo dinamite, concordou com Buda: — “Aquele que tem um porquê para viver pode enfrentar quase todos os cosmos”. E completou: — “A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse à primeira vez”.
Karl Marx, não perdeu a oportunidade e começou a discursar: — “A história da sociedade até os nossos dias é a história da luta de classes”. E continuou: — “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”.
Mais uma vez Buda retomou a palavra e dessa vez concordando com as palavras do pintor renascentista. — “Ninguém é sábio por falar muito. Aquele que é pacífico, amigável e sem medo é chamado de sábio. Tal como uma grande enchente leva de enxurrada uma aldeia que dorme, também a morte apanha e leva de enxurrada o homem de mente apegada, delirando pelos seus filhos e gado. Você só perde aquilo a que você se apega”.
As palavras do Pai do Budismo soaram como música nos ouvidos de Osho e ele disse: — “Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências”. E concluiu: — “O silêncio também fala, fala e muito! O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham”.
Todos ficaram contentes quando Martin Luther King Jr pediu a palavra e começou a discursar: — “Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”. E completou: — “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
*Luís Lemos é professor, filósofo e escritor, autor, entre outras obras de, Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021. https://www.editoraviseu.com.br/filhos-da-quarentena-prod.html?___SID=U
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