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“Foi uma cena de terror”, conta Naíny Celestino de Freitas, prima de Maria Nadine Celestino de Sousa Mesquita, de 28, vítima de violência doméstica em 3 de março — segunda-feira de Carnaval — no bairro Vila Velha, Fortaleza (CE).

O então namorado de Maria Nadine a atacou com mordidas no rosto e corpo. A mulher teve parte do queixo destruído e 50% do lábio arrancado. “Quando me falaram que ele tinha batido nela achei que era um murro, um tapa. Quando eu cheguei e vi ela cheia de sangue, a boca aberta… foi traumatizante”, afirma Naíny ao Metrópoles.

Em vídeo postado nas redes sociais, Naíny conta que a prima fez a primeira cirurgia de reconstrução facial. Na próxima operação, Maria Nadine deve realizar um enxerto de pele e colocar tecido no queixo devido à profundidade deixada por uma das mordidas.

Maria Nadine, que tem dois filhos pequenos e é recepcionista, precisou dar entrada no benefício do INSS devido ao afastamento do trabalho. A prima dela tenta arrecadar doações para custear os tratamentos e medicamentos necessários.

“Ela está bem, na medida do possível, e está se recuperando, mas fica o trauma psicológico e o rosto dela, que, apesar da cirurgia de reconstituição, não está do mesmo jeito que era antes. Perdeu o formato de antes”, lamenta a prima.

De acordo com ela, Maria Nadine não está falando porque ainda sente dores.

“Parecia um pit-bull”

De acordo com Naíny, a agressão teria ocorrido depois que o homem escorregou em uma poça de água e Maria Nadine riu da situação. Ele teria se sentido humilhado, o que levou o casal a discutir de forma calorosa.

“Ela jogou o celular dele no chão. Ele pegou [o aparelho] e aí já foi pegando na mão dela e jogando ela em cima da cama e mordendo. Ele mordeu os lábios, o queixo, o rosto, os dedos. Minha prima disse que ele a mordeu igual um pit-bull, igual um animal. Mordendo e rosnando, balançando a cabeça”, relembra Naíny.

Ainda segundo a prima da vítima, Maria Nadine foi enforcada e teria, inclusive, desmaiado. “Ela chegou a gritar socorro, mas, como o som estava muito alto por conta de uma festa de Carnaval na rua, ninguém escutou”, explica.

“Ele nunca tinha batido nela. Ele sempre foi ciumento, tóxico e um pouco agressivo, mas nunca de bater. A gente nunca presenciou isso”, diz Naíny.

O casal estava junto havia quase dois anos, desde que o pai dos filhos de Maria Nadine morreu em decorrência da Covid-19.

Os vizinhos da família arrastaram o homem para fora da casa e o agrediram. A vítima foi levada para uma UPA e, depois, transferida a um hospital.

O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Militar do Ceará (PMCE), que informou que o homem foi preso em flagrante e autuado por lesão corporal dolosa no contexto da Lei Maria da Penha. De acordo com os militares, quando chegaram ao local do crime, encontraram o acusado ensanguentado e com sinais de embriaguez.

“O suspeito foi encaminhado para uma unidade hospitalar [por conta da agressão de populares], onde foi constatado fratura no nariz, e, após atendimento, encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher, no qual foi autuado por violência doméstica”, detalhaou a corporação em nota.

O Metrópoles tentou contato com a Polícia Civil do Ceará diversas vezes, sem sucesso. O espaço segue aberto para posicionamento acerca do caso.

Com informações de Metrópoles.

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