Na última terça-feira (12/12), a Polícia Civil gaúcha indiciou o médico por homicídio doloso em três inquéritos. Na ocasião, a Justiça do Rio Grande do Sul decretou prisão preventiva dele. A investigação sobre as outras 39 mortes e 114 lesões segue em andamento.
Pacientes e ex-colegas de trabalho relataram à polícia que João Batista do Couto realizava cirurgias em excesso e procedimentos desnecessários, além de dar diagnóstico falso de câncer raro.
Em dezembro do ano passado, o médico foi alvo de uma operação policial, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que ele atuava em Novo Hamburgo e no apartamento em que vivia. A suspeita, na época, era o envolvimento na morte de cinco pacientes.
Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
Em nota, a defesa do médico disse que a decisão que determinou a prisão preventiva é uma “antecipação de pena” com o objetivo de constranger o profissional. O advogado Brunno de Lia Pires disse que vai apresentar um habeas corpus.
“Com surpresa, a defesa recebeu a notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto. A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possível para fazer cessar a absurda e imotivada prisão”, disse o advogado, em nota.