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O pior da pandemia já passou, os países estão novamente abrindo suas fronteiras e as companhias aéreas esperam lucros decentes agora que as viagens de negócios e lazer voltaram a ser realizadas. Por que, então, as passagens aéreas ainda estão tão caras?

E quando os preços vão cair? Veja, abaixo, nove razões que explicam as tarifas nas alturas:

1. Falta de aviões

As companhias aéreas paralisaram grande parte de suas frotas porque a demanda por viagens era tão fraca durante a pandemia que elas não eram necessárias. Agora, não conseguem trazer os aviões de volta rápido o suficiente – leva 100 horas de trabalho para preparar os maiores jatos para serviço depois de ficarem um tempo estacionados.

2. Consumo represado

Os consumidores estão dispostos a pagar mais pelas passagens depois de terem sido impedidos de viajar, em alguns casos por até três anos. Uma pesquisa da Booking.com com mais de 25 mil adultos que planejam viajar nos próximos 12 a 24 meses descobriu que muitos queriam ser “mais indulgentes” com seus itinerários para compensar as oportunidades perdidas durante a pandemia.

– Mesmo que algumas viagens possam ser um pouco mais caras do que antes, muitas pessoas ainda veem sentido em gastar tanto com viagens – disse Marcos Guerrero, diretor sênior de voos da empresa de viagens on-line.

A má notícia para os consumidores é que os preços das passagens provavelmente permanecerão elevados por vários anos, pelo menos de acordo com Michael O’Leary, diretor executivo da Ryanair, a maior companhia aérea da Europa em termos de passageiros transportados.

3. Falta de pessoal

As companhias aéreas sofreram quase US$ 200 bilhões em perdas com a Covid e dezenas de milhões de empregos no setor de aviação foram cortados. Com uma recuperação de viagens agora bem encaminhada, a indústria está sofrendo para recontratar profissionais em número suficiente. Muitos ex-trabalhadores bem treinados decidiram mudar completamente de carreira para assumir empregos mais estáveis.

Com a escassez de pessoal, aumentaram as filas nos balcões de check-in dos aeroportos, balcões de imigração e esteiras de bagagem. Além disso, as companhias aéreas se viram forçadas a trabalhar mais para atrair e reter funcionários, o que significa oferecer melhores salários. Isso se traduz em tarifas aéreas mais altas.

4. Alta dos preços do petróleo

Os preços dos combustíveis diminuíram no ano passado, mas o petróleo ainda está 50% mais caro do que em janeiro de 2019, representando um problema para as companhias aéreas, já que o combustível é seu maior custo.

Muitas empresas aéreas, especialmente as de baixo custo, não conseguem fazer planejamento de longo prazo e ficam mais vulneráveis a picos de preços provocados por eventos como a invasão da Ucrânia pela Rússia.

5. Pressão ambiental

As companhias aéreas contribuem com pouco mais de 2% das emissões de carbono do mundo, mas ficam atrás de quase todas as outras empresas em promessas de um futuro mais limpo. Isso ocorre em parte porque a única solução viável agora – combustível mais sustentável – custa até cinco vezes preço do querosene de aviação tradicional.

A indústria terá que pagar US$ 2 trilhões para se tornar neutra em carbono até 2050, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Com isso, as companhias aéreas terão que aumentar os preços das passagens para lidar com esse fator, tornando os voos ainda mais caros.

Enquanto isso, algumas das tecnologias mais recentes em discussão – aeronaves movidas a hidrogênio e elétricas – permanecem principalmente nos estágios iniciais de pesquisa e devem ser caras se forem concretizadas.

6. Manutenção das aeronaves

Estão faltando aviões no mundo. Até 16 mil aeronaves – cerca de dois terços da frota comercial mundial – foram mantidas estacionadas no auge da pandemia. Torná-las aeronavegáveis novamente é uma tarefa enorme que envolve examinar cada parte para garantir que estejam seguras. Muitos aviões foram mantidos em desertos nos Estados Unidos e na Austrália, onde são menos suscetíveis ao desgaste, mas ainda podem sofrer problemas internos e ter os motores danificados.

7. Falta de turbinas e matérias-primas

Fabricantes de aviões estão com dificuldade de retomar a produção a pleno vapor porque também enfrentam escassez de mão de obra e de materiais.

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