
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou a prisão preventiva de Cleusimar Cardoso Rodrigues e Ademar Farias Cardoso Neto, mãe e irmão, respectivamente, de Djidja Cardoso, ex-item do Boi Garantido. Além deles, três funcionários do salão de beleza Belle Femme, onde Djidja era sócia, também foram presos: Verônica da Costa Seixas, Marlisson Vasconcelos Dantas e Claudiele Santos da Silva.
A decisão foi tomada nessa quarta-feira, dia 29, pela central de plantão criminal do TJAM. Além das prisões, a Justiça determinou a busca e apreensão na residência dos familiares de Djidja. Os crimes listados no mandado de prisão incluem “estupro”, “associação para o tráfico de drogas” e “venda de drogas”. Embora o documento não especifique os crimes atribuídos a cada indivíduo, o irmão de Djidja, Ademar, é citado por crimes de estupro (Artigo 213 da Lei 2.848), associação criminosa (Inciso 1°, Artigo 35, da Lei 11.343) e tráfico de drogas (Inciso 1°, Artigo 35, da Lei 11.343).
O mandado de prisão também exige que operadoras de telefonia forneçam informações sobre os alvos dos mandados. Após a prisão preventiva, todos os envolvidos serão encaminhados ao sistema prisional do Amazonas.
Trajetória de Djidja Cardoso
Djidja Cardoso, de 32 anos, faleceu na terça-feira, dia 28, em sua residência no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. A polícia ainda não determinou a causa da morte, aguardando os resultados do exame necroscópico. O Instituto Médico Legal (IML) indicou preliminarmente que a morte é “indeterminada”, atribuída a “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral”.

A morte de Djidja trouxe à tona conflitos familiares anteriormente desconhecidos do público. Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou publicamente a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, e os funcionários do salão Belle Femme de omissão de socorro, alegando que impediram a internação da vítima, que era dependente química. Djidja era proprietária de uma unidade do Belle Femme em Manaus.
Familiares relataram que Djidja, sua mãe Cleusimar, e seu irmão Ademar, além de uma cunhada, participavam de rituais envolvendo substâncias ilícitas, acreditando que alcançariam uma “catarse” e se conectariam com seu verdadeiro eu e o além, além de se curarem de doenças. Drogas e medicamentos eram usados nesses rituais.
Um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no dia 24 de abril deste ano, no 6° Distrito Integrado de Polícia (DIP) em Manaus, denunciou o cárcere privado de Djidja. Tias de Djidja apontaram seu irmão Ademar como fornecedor de drogas. O B.O relata que Djidja estava em um estado lamentável devido ao uso de drogas, sendo impedida de receber visitas e ajuda, mantida em casa sob efeito de entorpecentes.
A morte e as prisões revelam uma trama complexa de abuso de substâncias, conflitos familiares e alegações de crimes graves que estão sendo investigados pelas autoridades.







