Cerca de 400 pessoas, duas delas jornalistas, ficaram feridas por disparos do exército israelense ou intoxicadas pela inalação de gás lacrimogêneo nos protestos na fronteira entre Gaza e Israel, informaram fontes do Ministério da Saúde palestino na Faixa.

Cinco dos feridos estão em estado grave, afirmou em comunicado o porta-voz da pasta, Ashraf al Qedra.

Entre os feridos há dois repórteres: Mohammed al Baba, fotógrafo da “AFP”, que recebeu um disparo na perna direita, e um cinegrafista ainda não identificado da emissora “Al Aqsa” (vinculada ao movimento islamita palestino Hamas, que controla Gaza) que foi atingido por uma lata de gás lacrimogêneo.

O Ministério da Saúde denunciou em comunicado que os soldados israelenses estão lançando bombas de fumaça contra as ambulâncias que estão atendendo os feridos no leste da cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza.

Milhares de pessoas (10 mil segundo os organizadores e segundo o exército israelense) foram hoje a cinco pontos da fronteira entre Gaza e Israel para participar das marchas de protesto, convocadas pela 11ª sexta-feira consecutiva e que desta vez coincidem com a última sexta-feira de Ramadã, o aniversário na terça-feira dos 51 anos do início da Guerra dos Seis Dias e o Dia de Jerusalém, comemorado em 7 de junho.

A mobilização, denominada hoje de Marcha do Milhão a Jerusalém, começou com passeatas, queima de pneus e o lançamento de dezenas de pipas incendiárias em direção ao território de Israel, de onde as tropas israelenses usaram dispositivos antidistúrbios para impedir os participantes se aproximar da cerca.

O exército afirmou que os manifestantes queimaram pneus, lançaram granadas, bombas caseiras e pedras contra as tropas.

“As tropas estão respondendo dispositivos antidistúrbios e operam de acordo com as normas”, indica um comunicado militar.

Dawood Shihab, porta-voz da Jihad Islâmica em Gaza, afirmou que as marchas “são pacíficas” e continuarão “sejam quais forem o preço e os sacrifícios”.

Por sua vez, Fathi Hammad, membro da direção do Hamas, disse que “hoje o povo está unido porque Jerusalém pertence a todos os árabes, muçulmanos e palestinos”.

“Rejeitamos a declaração de (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump (em aparente alusão à mudança da embaixada americana a Jerusalém) e viemos aqui dizer que continuaremos com as marchas do retorno até que o bloqueio seja rompido e tenhamos o direito ao retorno”, disse Hammad. (Agência Efe)

Artigo anteriorPresidente eleito do Paraguai escolhe o Brasil para primeira viagem
Próximo artigoSEC terá ações de inclusão da Pessoa com Deficiência durante o mês de junho