O presidente da Rússia, Vladmir Putin, recuou em discurso nesta quinta-feira (27/10) ao afirmar que a doutrina militar da Rússia apenas permite o uso de armas nucleares com finalidade de defesa. Ele também acusou líderes ocidentais como Joe Biden, dos Estados Unidos, e a ex-primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss de “chantagem nuclear”.

Em pronunciamento durante o fórum no clube Clube Valdai de Discussões Internacionais, em Sochi, na Rússia, Putin explicou que “enquanto armas nucleares existirem, sempre haverá o risco de elas serem usadas”.

“Os americanos são o único país que usou armas nucleares sem nenhum propósito militar. Na Rússia, temos as nossas diretrizes militares. Existem artigos específicos que determinam que a Rússia acredita que armas de destruição em massa, como armas nucleares, podem ser usadas apenas para proteger a soberania e a integridade territorial, e para garantir a segurança do povo russo”, declarou.

Questionado sobre a retórica nuclear inflamada dos últimos tempos, Putin recuou e acusou as nações ocidentais, especialmente o Reino Unido e os EUA, de tentar usar a temática para afastar aliados da Rússia. Ele também citou os episódios dos ataques nucleares dos norte-americanos contra o Japão, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.

“A única nação que usou armas nucleares contra um país que não tinha esse tipo de armamento foram os Estados Unidos. Eles não tinham motivo nem político, nem militar para isso. O objetivo do burburinho atual em torno das ameaças de uso de armas nucleares, e o possível uso delas, é um só: tentar pressionar a todos, inclusive os nossos aliados e países neutros, a se unirem contra nós”, disse.

O chefe do Kremlin adicionou que os países mais alinhados à Ucrânia no conflito “estão procurando motivos” para colocar o mundo contra eles.

“”Olha: a Rússia é tão perigosa, você não deveria estar do lado dela. Não a apoie mais, não compre nada deles, não venda nada para eles’. Esse é o verdadeiro motivo”, completou.

Em pronunciamento televisivo em setembro, Vladimir Putin decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, o líder russo convocou cidadãos para o confronto e disse que pode usar armas nucleares, caso a soberania do país seja ameaçada. “Não é blefe”, concluiu.

(Metrópoles)

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