Gabriel Dantas (no detalhe), suspeito de participar de morte de Dom e Bruno se entrega em São Paulo (Montagem Fato Amazônico)

O quarto suspeito de assassinar o indigenista Bruno Pereira, 41 anos, e do jornalista inglês Dom Phillips, 57. Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, no Vale do Javari, no Amazonas, se apresentou a policiais militares nesta quinta-feira (23) e foi encaminhado ao 2º Distrito Policial de São Paulo e confessou participação no duplo homicídio.

Segundo policiais ouvidos pela Folha de S.Paulo, Gabriel Dantas admitiu participação no crime. Gabriel deve ser encaminhado à Polícia Federal, ao lado da polícia do Amazonas.

Até o momento, três confessaram participação no crime: além de Dantas, Amarildo Oliveira, o Pelado, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. Já Oseney Oliveira, o Dos Santos, nega.

De acordo com o jornal O Globo, Gabriel disse que no dia do assassinato ele estava bebendo com Amarildo Oliveira, o “Pelado”, um dos acusados do duplo homicídio, quando o homem o convidou para pilotar sua canoa. Segundo Dantas, ele não sabia o que Pelado iria fazer.

Dantas contou à polícia detalhes do crime. De acordo com ele ambos estavam num barco do tipo “rabeta”, com motor de menor potência, quando avistaram a “voadeira” das vítimas, embarcação mais rápida. Ao se aproximarem dos “turistas”, Pelado já tirou a espingarda 16 e apontou para os dois. Pelado teria atirado primeiro no “magrinho”, o jornalista Dom, e depois efetuado outro disparo, em Bruno.

Depois dos disparos, diz, eles rebocaram o barco das vítimas e Pelado cobriu os dois homens para não chamar atenção. Por fim, chamou outros dois ribeirinhos par ajudá-los. Segundo Dantas, ele não conhece esses homens, mas um seria parente de Pelado.

Dantas informou que “foram entrando nos caminhos de água com o barco rebocado, até pararem num lugar mais escondido”. Ele teria ajudado a retirar os corpos do barco e a esconder os pertences das vítimas, enquanto os outros ficaram responsáveis por ocultar os cadáveres e o barco.

Dantas é natural de Manaus e vivia em Atalaia do Norte, na região do Vale do Javari, para se esconder de uma organização criminosa, que o jurou de morte por dívidas de drogas. Depois do crime, segundo ele, fugiu para Santarém, foi de ônibus até Manaus, depois para Rondonópolis e São Paulo. Ele afirmou ter se entregado à polícia porque “não aguentava mais a situação, o sentimento de culpa e o peso nas costas”, uma vez que tem filhos pequenos. (Com a Folha e o O Globo)

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