Alex Pazuello/ Secom

Raimundo Nonato Pereira, carinhosamente conhecido como “Nonatinho”, faleceu nesta terça-feira (3), aos 89 anos, em Manaus. Com mais de cinco décadas de dedicação ao Teatro Amazonas, ele era o servidor mais antigo da instituição e uma referência viva da cultura amazonense.

Contratado em 1973 pela então Fundação Cultural do Amazonas, Nonatinho exerceu diversas funções ao longo dos anos: começou como pedreiro e passou por cargos como porteiro, bilheteiro, assistente técnico, agente administrativo e cenotécnico. Sua trajetória foi inteiramente ligada ao Teatro Amazonas, onde acompanhou de perto momentos históricos e grandes transformações.

Em nota oficial, o Governo do Estado lamentou a perda e destacou sua contribuição inestimável à cultura local:

“Agradecemos imensamente a Raimundo Nonato, que já faz parte da história da Cultura do Amazonas, e nos solidarizamos com familiares e amigos neste momento de dor.”

O velório será realizado no Teatro Amazonas, a partir das 10h30 desta terça-feira (03/06) até às 10h de quarta-feira (04/06). O sepultamento ocorrerá no Cemitério Recanto da Paz, no município de Iranduba.

Uma vida dedicada ao Teatro

Filho de um ajudante de pedreiro e de uma lavadeira, Nonatinho ingressou no Teatro Amazonas para trabalhar na manutenção do prédio histórico, especialmente na cúpula, colocando telhas e restaurando estruturas. “O primeiro serviço que fiz foi na cúpula. Um tempo depois, assinaram minha carteira pelo Estado”, contou em entrevista anterior.

Alex Pazuello/ Secom

Além dos serviços técnicos, sempre foi lembrado pela disposição, gentileza e memória afiada. Ajudou diversas gerações de servidores, orientando com detalhes sobre o funcionamento e a história do teatro.

Entre suas memórias mais marcantes, destacou três episódios: a colocação de uma pedra de mármore na qual foi reconhecido pelo patrão; a recepção ao então presidente João Figueiredo na década de 1980; e a visita do hoje rei Charles III, ainda príncipe, que surpreendeu a todos ao cantar e abraçar as funcionárias da limpeza. “Fiquei muito alegre com aquilo”, relembrou emocionado.

Patrimônio vivo

“Nonatinho” tornou-se um verdadeiro patrimônio afetivo do Teatro Amazonas. Era procurado por colegas e visitantes que buscavam entender detalhes da estrutura e da história do local.

Daniel Mafra, colega de trabalho, resume bem seu legado:

“Nonatinho é sinônimo de afeto, felicidade e memória. Ele é nosso patrimônio vivo, alguém que fala do passado com amor. Essa paixão vai se perpetuando de geração em geração.”

Raimundo Nonato Pereira deixa um legado de trabalho, dedicação e amor à cultura amazonense, eternamente ligado à história do Teatro Amazonas.

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