ROMA, 30 JAN (ANSA) – Recém-reeleito presidente da Itália, Sergio Mattarella foi obrigado a fazer neste domingo (30) sua segunda mudança em menos de uma semana, já que continuará no Palácio do Quirinale por mais sete anos.   

O chefe de Estado foi reeleito pelo Parlamento no último sábado (29), com 759 votos de um total de 1.009, segunda maior votação absoluta na história da República Italiana, após ter sido convencido pelos partidos do governo de Mario Draghi a continuar no cargo.   

Na última segunda-feira (24), Mattarella havia despachado parte dos móveis que estavam em sua casa em Palermo, sua cidade natal, para o novo apartamento onde ele moraria em Roma após deixar a Presidência.  

Além disso, ele visitou o imóvel romano ao longo da semana e estava de malas prontas para deixar o Palácio do Quirinale, já que seu mandato terminaria em 3 de fevereiro.   

Já neste domingo, um furgão retirou diversas caixas da ex-futura residência do presidente em Roma e as levou de volta para o Quirinale. Mattarella, por sua vez, passou cerca de uma hora no apartamento ao lado de sua filha, Laura.   

Antes de entrar no carro para retornar ao palácio, o presidente cumprimentou um menino do bairro que lhe presentou com um desenho que o mostra com a bandeira italiana.   

Após sua reeleição, Mattarella fez apenas um discurso de pouco mais de um minuto no último sábado e admitiu que continuar na Presidência não estava nos seus planos – o chefe de Estado tem 80 anos de idade e era contra um segundo mandato.   

“Os dias difíceis transcorridos para a eleição à Presidência da República, em meio à grave emergência que ainda estamos atravessando no âmbito sanitário, econômico e social, exigem senso de responsabilidade e de respeito às decisões do Parlamento”, disse o mandatário no discurso.   

“Essas condições impõem de não fugir aos deveres aos quais se é chamado e, naturalmente, devem prevalecer sobre outras considerações e perspectivas pessoais diferentes, com o compromisso de interpretar as expectativas e esperanças de nossos cidadãos”, acrescentou.   

O juramento de Mattarella para o segundo mandato está marcado para a próxima quinta-feira (3), e existe uma certa expectativa sobre como ele abordará o fato de os partidos terem sido incapazes de encontrar outro nome para a Presidência.   

Ainda assim, Mattarella sempre demonstrou respeito pelo Parlamento, onde foi deputado por 25 anos, e não deve fazer recriminações. O presidente foi reeleito apenas na oitava votação no colégio eleitoral, após uma semana de negociações fracassadas para encontrar outro nome de consenso.  

Eram necessários 673 votos até o terceiro escrutínio e 505 a partir do quarto, mas nenhum partido ou campo político possui maioria no Parlamento para eleger sozinho o presidente da República.   

Além disso, era preciso encontrar um nome que tivesse o apoio de todos os partidos do governo de união nacional encabeçado por Draghi, que vai da esquerda à extrema direita. Do contrário, o próprio premiê poderia cair. (ANSA).   

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