A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou ontem (26/4), na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT – HVD), Dom Pedro, zona Oeste, uma jornada de Capacitação em Vigilância e Manejo Clínico do Sarampo. O evento, realizado em parceria com a FMT-HVD e a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), tem como público alvo 960 médicos e enfermeiros da rede municipal, além de 160 profissionais da rede estadual.

As vagas foram distribuídas prioritariamente entre os trabalhadores que atendem em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), hospitais, Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) e Serviços de Pronto Atendimento (SPAs).

A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae/Semsa), enfermeira Marinélia Martins Ferreira, informa que a capacitação priorizou a participação de profissionais que trabalham diretamente no atendimento da população, abordando aspectos laboratoriais, de vigilância e do manejo clínico dos pacientes que procuram os serviços de saúde com suspeita de sarampo.

“Manaus passou 18 anos sem registrar casos de sarampo e isso significa que muitos profissionais de saúde nunca atenderam pacientes com a doença. Por isso, é importante reforçar as orientações sobre os procedimentos mais adequados e repassar informações atualizadas sobre o cuidado com o paciente”, afirma a diretora.

Durante a capacitação, que será encerrada nesta sexta-feira, 27, os palestrantes abordam questões sobre a circulação do vírus do sarampo no mundo, a ocorrência dos últimos surtos no Brasil e em Manaus, assim como as informações em relação ao manejo clínico dos sintomas, as ações de controle a partir da notificação dos casos e as orientações a respeito do isolamento social do paciente no período de transmissão da doença.

“O período de transmissibilidade do sarampo é de seis dias antes e quatro dias após o surgimento das manchas vermelhas, período em que o paciente deve ser orientado a evitar contato com um grande número de pessoas, seja no trabalho, a escola, creches ou outros ambientes. São orientações que precisam ser repassadas ao paciente pelo profissional de saúde que realiza o primeiro atendimento”, explica Marinélia.

Para a médica pediatra Aline Batista de Oliveira, que há 15 anos trabalha na rede municipal de saúde, a capacitação é uma oportunidade para o aprimoramento do trabalho, o que tem sido necessário considerando a preocupação da população sobre o surto de sarampo.

“Eu nunca realizei o atendimento de paciente com sarampo. Não é uma doença nova, mas estava adormecida, e há uma demanda na UBS com pacientes que procuram atendimento com sintomas do sarampo como a febre e manchas na pele, mas que também podem indicar doenças como dengue, zika ou rubéola. Como estamos no meio de um surto de sarampo, a capacitação vai ajudar a obter mais informações para o tratamento adequado e para oferecer as orientações necessárias ao paciente”, afirmou a médica, que atua na UBS Deodato de Miranda Leão, na zona Oeste.

Casos

Dados do 7º Informativo Epidemiológico do Sarampo, divulgado na última terça-feira, 24, dão conta de que Manaus registra atualmente 290 casos notificados da doença. Desse total, 16 casos são confirmados, 40 foram descartados por não atenderem os critérios laboratoriais para a confirmação do sarampo e 234 continuam sob investigação.

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