A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) iniciou, ontem (20), a Semana de Combate à Hanseníase. A programação será realizada nas unidades de saúde, que intensificarão as ações voltadas para identificação precoce de casos suspeitos da doença e desenvolverão atividades de educação em saúde e orientações sobre os sinais e sintomas da Hanseníase. Em 2013, foram registrados 236 novos casos da doença no município de Manaus.

A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, Suelen Abreu, disse que a programação foi organizada para alertar a população sobre a existência da Hanseníase e sobre a importância do seu diagnóstico precoce, além de informar sobre a disponibilidade do tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Apesar de ter ocorrido uma redução de 70% no número de casos detectados da doença entre os anos de 1997 e 2013, o número de registros em Manaus ainda é considerado alto pelos parâmetros do Ministério da Saúde”, destacou.

O coeficiente de detecção para Hanseníase no ano de 2013 foi de 12,68/100.000 habitantes, o que é considerado alto. “O parâmetro considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é de um coeficiente de menos de 2,0/100.000 habitantes. Por isso, é preciso avançar muito mais nas ações de controle da doença em Manaus”, ressaltou Suelen Abreu.

Notificações

No ano de 2013, foram detectados 236 novos casos da Hanseníase em Manaus. O número de casos em homens foi de 138 (58,5%) e nas mulheres de 98 (41,5%). Em relação à faixa etária, foram 201 casos (85,2%) entre a população maior de 15 anos e 35 (14,8%) entre menores de 15 anos.

Em relação às zonas distritais de Manaus, na zona Leste foram detectados 88 (37,2%) casos novos de hanseníase, na Norte 55 (23,3%), Sul foram nove (3,81%), Oeste 25 (10,6%), Centro-Sul mais nove (3,81%), Centro-Oeste 16 (6,7%) e na zona rural 16 (6,7%).

Suelen Abreu explicou que a Semsa vem realizando ações no sentido de interromper a cadeia de transmissão da doença com ações de vigilância em saúde e atenção aos pacientes. “Evitar a transmissão da doença é essencial para que se possa reduzir o número de casos novos de Hanseníase. Esse é um desafio que deve ser enfrentado com a detecção precoce da doença por meio da busca ativa por casos novos e faltosos ao tratamento, bem como exames dos contatos daquela pessoa que foi diagnosticada com hanseníase”, explicou Suelen Abreu.

Em 2013, segundo ela, a proporção de cura da doença em Manaus foi de 72,0% (dados parciais até o último 13) e de 4,2% em relação ao abandono do tratamento. “O município de Manaus tem como meta alcançar 90% de proporção de cura de casos novos da Hanseníase e reduzir ainda mais o número de abandono do tratamento”.

Tratamento

O tratamento da Hanseníase é prolongado, podendo durar de seis a 12 meses. Este é, por sinal, um dos fatores que contribui para seu abandono. Uma vez iniciado o esquema de tratamento, o paciente deve ir ao serviço de saúde mensalmente para tomar as doses de medicamento de forma supervisionada e retirar a medicação utilizada em casa.

A medicação para as pessoas com diagnóstico da hanseníase está disponível na rede pública de saúde. As unidades de saúde desenvolvem ações de vigilância epidemiológica, diagnóstico, tratamento, busca ativa de contatos e acompanhamento dos pacientes.

“Ao longo dos anos, a Semsa vem trabalhando no sentido de reduzir as taxas da doença, que sempre foram altas. Porém, há necessidade de implementar cada vez mais as ações de controle da Hanseníase. Para isso, a Prefeitura de Manaus vem reforçando as ações de capacitação de profissionais da rede municipal de saúde, com foco no controle da doença”, destacou Suelen.

A doença

É uma doença causada pelo bacilo de Hansen, que atinge principalmente pele, olhos e nervos periféricos. O contágio ocorre através da eliminação de gotículas da fala, espirro e tosse, no convívio com a pessoa doente por um período prolongado e sem tratamento. É importante
saber que a Hanseníase não é hereditária e que a maioria das pessoas tem resistência natural contra essa doença.

A doença apresenta os seguintes sintomas: manchas ou placas avermelhadas e dormentes; podem surgir também apenas áreas adormecidas (com diminuição ou nenhuma sensibilidade) ao calor, frio e dor; engrossamento, dor ou formigamento em certos nervos dos
braços, pescoço, pernas e pés; aparecimento de caroços e inchaços, principalmente no rosto e nas orelhas; perda de sobrancelha, sensação de areia nos olhos, entupimento e corrimento nasal.

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