“O Brasil terá que enfrentar, inexoravelmente, a partir do próximo ano, algumas reformas que já deveriam ter acontecido”. Essa foi a avaliação do senador Eduardo Braga ao ser perguntado sobre o cenário nacional, ontem (05/07), durante encontro com empresários amazonenses na Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus.

Eduardo lembrou que, em recente debate na Confederação Nacional da Indústria (CNI), todos os candidatos à Presidência da República falaram em reforma da previdência. “Mas, na verdade, se o Brasil quiser retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social, terá que fazer as reformas da previdência, política, tributária e administrativa”, afirmou.

O senador defendeu a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte específica para tratar do assunto. “O Brasil precisa, primeiro, definir o que queremos para o país e depois reunir os melhores estudiosos de cada área para discutir e traçar as metas que vão nortear as ações para o futuro da nossa nação”, avaliou.

Na avaliação de Eduardo, no caso da reforma da previdência, o país precisa combater os privilégios para que a conta não seja paga pelos brasileiros que ganham um salário mínimo. “O déficit da previdência não é causado pelos brasileiros que representam a base salarial da economia nacional. O que gerou um descompasso na nossa previdência foram os privilégios que permitiram que alguns acabassem se aposentando com valores muito acima daqueles que contribuíram”, disse.

Sobre a reforma tributária, o senador defendeu a simplificação dos tributos. “E aí reside, talvez, um dos maiores desafios para os próximos anos no caso da Zona Franca de Manaus porque é justamente no caso da reforma tributária que devemos ter competência e capacidade de manter as vantagens comparativas do nosso modelo econômico”, observou.

Para Eduardo Braga, outra reforma fundamental para recolocar o país no caminho do progresso e crescimento é a administrativa. O senador criticou o tamanho do estado brasileiro, com uma estrutura pesada e pouco eficiente. “Uma deficiência crônica que enfrentamos atualmente, por exemplo, é a segurança pública. O Brasil perdeu o controle nessa área e hoje precisamos urgente de uma política nacional de segurança pública, sob pena de termos o crime organizado cada vez mais forte, aterrorizando a vida do povo brasileiro”, lamentou.

Por fim, o senador comentou sobre a necessidade de uma reforma política no Brasil. “Hoje, somente na Câmara dos Deputados, estão presentes 28 partidos políticos. Ora, como é que o futuro governo vai conseguir sentar e negociar com um número tão grande de partidos? Não vai conseguir. Não vai dar certo. Independentemente de quem for o novo presidente da República”, afirmou.

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