Nesta segunda-feira (08), o deputado Sinésio Campos (PT) juntamente com o Defensor Público Geral da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), Ricardo Paiva, realizaram uma vistoria técnica para apurar o atual estado da Rodoviária de Manaus e do Terminal 6.
A prefeitura de Manaus pretende mudar o local da rodoviária, que fica atualmente localizada na Avenida Djalma Batista, área central da cidade. A ideia é realizar uma obra de adaptação do Terminal 6, que fica localizado no bairro Lagoa Azul, zona norte da capital, para que a estrutura planejada para abrigar um terminal de integração passe a ser uma rodoviária.
O deputado Sinésio Campos (PT) é contra a medida. O problema, segundo o parlamentar, é que a população não foi ouvida sobre a mudança. Outra questão é o alto custo da reforma, que está orçada em R$13,7 milhões, sendo que a construção do T6 já custou R$16 milhões. Uma reforma no atual local teria um custo bem menor, de aproximadamente R$ 3 milhões. “São R$ 14 milhões que estão sendo despejados aqui. Já gastaram 16 milhões. O Terminal 6 foi projetado para ser um terminal urbano, ou seja, o transporte de massa para a população, que sofre muito com o transporte coletivo de péssima qualidade, sem ter inclusive terminais adequados. Outro problema é que fica descentralizado, longe de vários órgãos, comércios e hospitais. Além disso, a estrutura de uma rodoviária nada tem a ver com essas plataformas de terminal de ônibus urbano”, esclareceu Sinésio Campos.
Para os permissionários que atuam na Rodoviária de Manaus, a mudança será prejudicial aos comerciantes e taxistas. Segundo o presidente da Associação dos Permissionários da Rodoviária de Manaus, José Raimundo, não há garantias de que os trabalhadores serão chamados para o novo local. “A gente sabe que eles vão tirar os permissionários, não vão deixar ir para lá. Hoje eles falam em licitação, mas não é necessário, o ideal seria um termo de cessão, para que estabeleça esse permissionário organizado, com todos trabalhando. Lá é uma área que não tem segurança, não tem hotel, não tem nada que possa beneficiar a rodoviária”, declarou o comerciante. De acordo com Wilson Amador, presidente da Associação de Taxistas da Rodoviária de Manaus, a maior distância em relação aos principais pontos da capital vai encarecer a tarifa dos táxis, o que deve reduzir o fluxo de passageiros. “Todo mundo sabe que a rodoviária está num lugar ideal, está perto de hospitais, dos bancos, do shopping, o que está faltando aqui é uma reforma. A rodoviária está desta maneira porque está abandonada pelo poder público”, comentou o taxista.
Após a vistoria, o Defensor Público Geral, Ricardo Paiva, afirmou que a DPE-AM continuará atenta ao processo de transferência da rodoviária, e que a Defensoria já está buscando providências junto ao Tribunal de Conta do Estado (TCE-AM) para barrar a licitação aberta pela prefeitura. “O objetivo dessa vinda aqui é colocar a Defensoria Pública à disposição da população, dos permissionários e do mandato do deputado Sinésio Campos, para encontrarmos soluções. Há caminhos, sim, a Defensoria pode instaurar procedimentos, já tem alguns em andamento, e vai propor algumas demandas na Justiça. Já temos uma atuação junto ao Tribunal de Contas, mas a ideia da vinda aqui efetivamente é conhecer a realidade e ver de que forma a Defensoria Pública pode ajudar essas pessoas”, afirmou Ricardo Paiva.