
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu encerrar as especulações sobre uma possível candidatura à Presidência da República e afirmou ao presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que não entrará na disputa de 2026. O encontro entre os dois ocorreu há cerca de duas semanas, segundo revelou o jornal O Globo, e marcou uma conversa considerada mais objetiva e política que as anteriores.
Com a decisão, Tarcísio confirmou que pretende disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, priorizando a conclusão de projetos estratégicos e obras estruturantes em andamento no estado. A avaliação de Valdemar é de que o governador busca transformar os resultados da gestão em força política, consolidando-se como um nome sólido para o futuro, mas sem atropelar etapas.
Alinhamento e pragmatismo político
De acordo com interlocutores do PL, o diálogo recente entre Tarcísio e Valdemar teve um tom mais pragmático e técnico do que o registrado em conversas anteriores.
Há dois meses, o dirigente liberal chegou a defender publicamente que o governador poderia se filiar ao PL caso aceitasse o desafio de enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas presidenciais. Agora, o gesto de recuo é interpretado como uma estratégia de cautela política, evitando conflitos internos com o Republicanos e garantindo estabilidade administrativa até 2026.
Fontes próximas ao governador destacam que a prioridade é consolidar entregas de infraestrutura, mobilidade e desburocratização, bandeiras que podem reforçar seu perfil de gestor eficiente — ativo valorizado em um cenário nacional polarizado.
Bolsonarismo mantém pressão por candidatura
Mesmo diante do posicionamento claro de Tarcísio, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda insistem que o governador poderia reconsiderar a decisão até o fim de 2025, dependendo do cenário político e do avanço do processo de anistia ao ex-chefe do Planalto.
Na última segunda-feira (20), Valdemar Costa Neto se reuniu com Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, para discutir o quadro eleitoral. O dirigente relatou a aliados que o ex-presidente analisa nomes alternativos para a disputa presidencial, mas evita qualquer anúncio público até que o ambiente jurídico esteja mais favorável.
Reflexos no tabuleiro de 2026
A definição de Tarcísio altera o equilíbrio interno da direita e redesenha as articulações para 2026. Sem a candidatura do governador paulista, o PL perde um potencial nome competitivo para a sucessão de Lula, enquanto o Republicanos ganha fôlego ao manter seu principal quadro político em São Paulo.
Analistas avaliam que o movimento de Tarcísio reforça o perfil de gestor prudente e estratégico, que prefere acumular resultados concretos e apoio popular antes de se lançar em voos mais altos. Nos bastidores, a leitura é de que o governador não fecha portas para o futuro, mas aposta em uma construção de longo prazo, com menos pressa e mais consistência política.










