O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, confirmou que a insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em adotar um novo protocolo para o uso amplo da cloroquina como tratamento para pacientes de Covid-19 foi um dos principais motivos para que ele deixasse o cargo menos de um mês após assumir.

Em entrevista à Globo News neste domingo (24/05), Teich lembrou que não há confirmação científica da eficácia da cloroquina contra o coronavírus e que os últimos estudos mostram que ela pode inclusive aumentar o risco de morte dos pacientes.

“Se tem coisas que não sei se funcionam eu não posso gastar dinheiro nisso, porque tenho muito pouco dinheiro”, disse ele, justificando o que chamou de “desalinhamento” com Bolsonaro.

“Eu acho que era preciso esperar o laudo de estudos clínicos para saber se devemos ou não apostar e investir na cloroquina”, explicou ainda.

Na mesma entrevista, Teich disse que não tem um conflito com o presidente e que ele lhe pediu desculpas por ter decretado como atividades essenciais os salões de beleza e as academias sem avisar seu ministro da Saúde.

Pego de surpresa em um entrevista coletiva, o então ministro passou por uma saia justa que virou motivo de gozação nas redes sociais.

A cloroquina
Após a saída de Teich, o governo publicou na semana passada um protocolo recomendando o uso da cloroquina por pacientes de Covid-19 em todos os estágios da doença.

Até então, o remédio só era ministrado em hospitais e em protocolos de teste, o que irritava Bolsonaro. O presidente, apesar das evidências em contrário, segue insistindo na cloroquina como “único remédio” contra o coronavírus.

O novo protocolo admite que não há comprovação da eficácia da cloroquina. Com informações de Metrópoles.

Artigo anteriorWilson Lima condiciona abertura do comércio em junho ao comportamento da pandemia
Próximo artigoSafadão revela valor da mesada de Yhudy, fruto da relação com Mileide Lima