O tetraplégico Francisco Carlos Sabino Araújo de Figueiredo, que foi parar no Centro de Detenção Provisório, localizado no quilômetro 8 da BR 174 (Manaus/Boa Vista), por força de mandado de prisão expedido pelo juiz Julião Lemos Sobra Júnior, da 3ª Vara Especializada em Crimes e Uso e Tráfico de Entorpecentes, está ameaçado de morte pelos detentos.
De acordo com os familiares, a informação da direção do Centro, de que o tetraplégico, estava na enfermaria da cadeia sendo atendido por enfermeiros, é mentirosa.
“Os enfermeiros que eles falam, são os próprios presos”, disse um familiar, informando que os presos querem a transferência de Francisco Carlos, para outra unidade prisional caso contrário ele acabará sendo morto. “Eles não querem ficar como responsáveis por terem de cuidar dele, como levar ao banheiro, para fazer as necessidades e tomar banho”, acrescentou.
Mandado
O mandado de prisão preventiva, de acordo com a documentação que o Fato Amazônico teve acesso, foi expedido no dia 29 de outubro, quando o juiz Julião Lemos, atendeu a pedido da delegada Vanessa Pereira Ricardo, da Delegacia Especializada em Prevenção e Repressão a Entorpecentes (DEPRE).
Os familiares questionaram como o mandado de prisão do tetraplégico, foi solicitado pela DEPE e ele foi levado ao 9° Distrito Integrado de Polícia, onde passou 24 horas, jogado no chão úmido da delegacia e somente na manhã da última quarta-feira (18), foi levado para o Centro de Detenção.
Envolvimento
Familiares que pediram para não serem identificados acreditam que Francisco, foi envolvido na acusação de tráfico de drogas depois que uma irmã dele, Mariene Araújo, que é esposa de um acusado de tráfico identificado apenas por “Alan”, foi morar com o acusado e possa ter usado seu celular.
“Ela com medo do marido, foi morar no flutuante com meu irmão no Manaquiri e lá ela começou a usar o telefone para falar com os traficantes”, disse uma irmã do tetraplégico, acreditando que o fato da irmã usar o telefone celular de Francisco, que deveria esta no grampo (escuta da polícia), ele acabou indo parar na cadeia.
Para a família, a prisão de Francisco, comprova a falta de preparo da polícia, numa investigação de tráfico de drogas. “Eles sabem que as ligações para os traficantes, não eram do Francisco, mas mesmo assim pediram a prisão dele, baseados unicamente em escuta”, disparou um familiar, afirmando que Francisco, é inclusive aposentado por invalidez.
Documento comprova que Francisco, é aposentado por invalidez
Outro fator que revolta os familiares é a decretação da prisão de Francisco, pelo juiz da Vecute, que se quer diligenciou para tomar conhecimento de que o tetraplégico, que mora num flutuante no Manaquiri, nunca iria poder comandar o tráfico de drogas como a delegada de DEPRE, deve ter afirmado em seu pedido.
Os familiares, também não conseguem entender como Francisco, que é morador do Manaquiri, onde existe uma vara, teve a prisão decretada por um juiz em Manaus. “Será que não existe mais jurisdição?” questionam, informando que o tetraplégico na terça-feira, recebeu em seu flutuante a visita de policiais do município, convidando-o para ir a delegacia prestar um depoimento e de lá, sem nenhuma explicação ele foi transferido para o 9° DIP, em Manaus.
A família questiona ainda o fato da movimentação do processo que tramita na VECUTE, ter apenas uma movimentação, ocorrida há cerca de dois meses. "É muito estranho essa questão da movimentação desse processo", disse uma irmã do tetraplégico.