Equipes de resgate buscam passageiros de voo da AirIndia que caiu em Ahmedabad Foto: Amit Dave/Reuters

Um desastre aéreo de grandes proporções deixou ao menos 204 mortos nesta quinta-feira (12), na cidade de Ahmedabad, no oeste da Índia. Um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India, que seguia para Londres, caiu logo após a decolagem, atingindo três edifícios residenciais próximos ao aeroporto. Com 242 pessoas a bordo — 230 passageiros e 12 tripulantes — o voo AI171 não deixou sobreviventes, segundo autoridades locais.

A tragédia, que causou comoção internacional, é o mais recente episódio em uma preocupante série de acidentes aéreos ocorridos nos últimos anos, reacendendo o debate sobre segurança na aviação civil.

Impacto devastador e resgate dramático

Imagens captadas por moradores e divulgadas nas redes sociais mostraram colunas de fumaça preta, corpos carbonizados e partes da fuselagem espalhadas pelas ruas. De acordo com relatos da imprensa local, a aeronave caiu sobre um prédio utilizado como alojamento para médicos residentes. No momento da colisão, cerca de 60 pessoas almoçavam no local. Os bombeiros ainda trabalham no resgate de possíveis vítimas que estavam nos edifícios atingidos.

Diante da escassez de ambulâncias, muitos corpos foram retirados em carrinhos de mão. Segundo o comissário de polícia GS Malik, cerca de 100 vítimas estavam completamente carbonizadas.

Perfil das vítimas

A Air India informou que a bordo estavam 169 passageiros indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. O comandante do voo, capitão Sumeet Sabharwal, tinha mais de 8.200 horas de experiência, enquanto o copiloto contava com 1.100 horas. Apesar de ambos serem considerados experientes, a aeronave perdeu contato com a torre de controle menos de um minuto após a decolagem, quando ainda estava a 625 pés de altitude.

Primeiro acidente fatal com esse modelo

O piloto brasileiro Rafael Santos, comandante de Boeing, afirmou que este foi o primeiro acidente com mortes envolvendo o modelo 787-8 Dreamliner. “É uma aeronave moderna, confiável e com excelente histórico de segurança. É um evento sem precedentes para esse equipamento”, destacou à IstoÉ.

Histórico recente de tragédias aéreas

Nos últimos anos, o mundo presenciou uma sequência de acidentes com elevado número de mortos. Entre os casos mais graves, destacam-se:

  • Washington, 2025 – Colisão entre jato regional e helicóptero militar matou mais de 60 pessoas.

  • Coreia do Sul, 2024 – Queda de voo da Jeju Air deixou 179 mortos.

  • Cazaquistão, 2024 – Aeronave da Azerbaijan Airlines foi abatida, segundo o governo do Azerbaijão, matando 38 pessoas.

  • Brasil, 2024 – Voo da Voepass caiu em Vinhedo (SP) com 62 mortes.

  • Japão, 2024 – Aeronave da Japan Airlines colidiu com avião da Guarda Costeira, com cinco mortes.

  • China, 2022 – Acidente com Boeing 737-800 matou 132 pessoas.

  • Irã, 2020 – Avião ucraniano foi abatido por engano, causando 176 mortes.

  • Etiópia, 2019 e Indonésia, 2018 – Acidentes com modelos Boeing 737 MAX resultaram em mais de 340 mortes somadas.

Aerofobia em alta

O aumento dos acidentes provocou um crescimento nos atendimentos relacionados ao medo de voar. Segundo a psicóloga Luciana Inocêncio, especialista em transtornos graves, a frequência desses eventos tem desencadeado crises de ansiedade, insônia e até pânico em pacientes. “A natureza catastrófica e imprevisível dos acidentes faz com que o medo se instale mesmo em quem nunca esteve em um avião”, explicou.

Nos Estados Unidos, um estudo da Cleveland Clinic revelou que cerca de 25 milhões de pessoas sofrem de aerofobia, um dado que preocupa profissionais da saúde mental e do setor aéreo.

Medidas emergenciais

A Air India ativou um centro de apoio para familiares das vítimas e anunciou colaboração integral com as autoridades indianas. A Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia iniciou investigações para determinar as causas da queda e já trabalha na análise da caixa-preta da aeronave.

Com informações de IstoÉ

Artigo anteriorAcidente com avião da Air India deixa ao menos 204 mortos e provoca tragédia em área residencial no oeste da Índia
Próximo artigoAL: homem é preso por ajudar irmão em crime cometido há 14 anos