Olá Navegantes!
E aí gente tudo bem? Como foi o fds de vocês? Tá tudo tranquilo? Mais ou menos? Vamos conversar um pouco então? Sinta-se a vontade, estamos aqui pra aprender de uma forma leve sobre temas pesados. Como eu prometi né hoje vamos dar continuidade aos Transtornos Delirantes. Caso você não tenha acompanhado a parte I aqui conosco, dá uma navegada lá rapidinho e depois volta aqui pra ficar suave.
Ah sim, antes de começar eu queria lembrar que não se deve confundir um Transtorno Delirante com um Transtorno Psicótico, ou seja, trocando em miudinhos, delírio não é o mesmo que surto ok?
Com essa informação já assimilada (tomara que sim) você já está pronto pra entender que a característica essencial do Transtorno Delirante é a presença de um ou mais delírios que persistem por pelo menos um mês. É fundamental a avaliação dos sintomas nas seguintes áreas: cognição, depressão e mania para que sejam feitas distinções importantes entre os vários Transtornos do Espectro da Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos.
Eu me lembro de uma vez quando estava indo de bicicleta para a faculdade de manhã cedo, na Zona Sul de São Paulo e me deparei com uma cena impactante, é, bem mais literalmente impactante do que eu gostaria, podemos dizer assim. Um rapaz aparentemente da minha idade estava batendo com a cabeça num muro, repetida e violentamente. Você deve estar se perguntando o que estava passando na cabeça desse rapaz naquele momento (além de sangue). Era um episódio delirante, psicótico, maníaco ou alucinógeno?
Fique com a gente pra descobrir, em nossas próximas viagens estaremos abordando esses temas e organizando nosso conhecimento a respeito de cada um deles. Mas, de cara você já pode inferir que não se trata de um transtorno delirante, não é mesmo? Até porque, acabamos de aprender que a característica principal de um transtorno delirante é a duração mínima de um mês. E não só isso. Semana passada nós aprendemos quais são os subtipos de delírios existentes.
A prevalência ao longo da vida de um Transtorno Delirante foi estimada em 0,2%, e o subtipo mais frequente é o persecutório. O Transtorno Delirante do tipo ciumento é mais comum em indivíduos do sexo masculino do que nos do feminino.
Em média, a função global é geralmente melhor que a observada na esquizofrenia. Embora o diagnóstico costume ser estável, parte das pessoas evolui no sentido de desenvolver esquizofrenia. O Transtorno Delirante tem uma relação familiar significativa com a Esquizofrenia e o Transtorno da Personalidade Esquizotípica.
O prejuízo funcional costuma ser mais circunscrito que o encontrado em outros transtornos psicóticos, ainda que possa ser substancial em alguns casos, incluindo funcionamento profissional insatisfatório e isolamento social.
Uma característica comum dos indivíduos com Transtorno Delirante é a aparente normalidade de seu comportamento e aparência quando não estão sendo discutidas ou acionadas suas ideias delirantes. Muitas pessoas até apresentam insights sobre sua condição de delírio, mas sempre de forma superficial, o que por si só não torna sua vida isenta do transtorno.
É importante, como sempre costumo dizer, que o indivíduo seja corretamente diagnosticado e receba tratamento adequado. No caso do Transtorno Delirante quando não tratado pode acabar se agravando e o indivíduo pode vir a desenvolver a esquizofrenia.
É isso gente. Por hoje é só. Vamos ficando por aqui e já te adianto que nossa próxima conversa será sobre… Dessa vez não vou dizer! Vou deixar o suspense no ar. Fique atento e não perca a próxima notificação que virá em breve.
Até lá!
Syrsjane N. Cordeiro
Psicóloga pelo UNASP – SP, Especialista em Saúde Mental. Já atuou como psicóloga na prevenção e promoção de saúde na atenção básica (2014); na prevenção e promoção de saúde indígena no Alto Rio Solimões (2015); atuou também na área da assistência social, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).