O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu por unanimidade nesta terça-feira (8) a criação do partido União Brasil, resultado da fusão do DEM e do PSL, após a apresentação do voto favorável do relator, ministro Edson Fachin. A legenda já pode participar das eleições de 2022. Terá como número nas urnas o 44.
Dessa forma, o novo partido já nasce como a maior agremiação do Congresso Nacional, com 89 parlamentares, 81 deputados e 7 senadores, e cerca de R$ 1 bilhão de fundo partidário. Com a decisão, o partido é, ao menos por enquanto, o maior do Congresso. Haverá, porém, uma janela para os descontentes deixarem a União Brasil, o que deve ser feito entre março e abril.
Com a decisão do TSE, o ex-governador Amazonino Mendes, anunciado em outubro do ano passado na convenção nacional como pré-candidato ao governo do Amazonas pelo União Brasil, deverá comunicar oficialmente na próxima terça-feira, dia 15, sua filiação a nova legenda, comanda por Luciano Bivar.
O ex-governador aparece desde o ano passado liderando as pesquisas eleitorais. A última divulgada pelo o Instituto Diário de Pesquisa na quinta-feira (3/2) mostra Amazonino Mendes liderando com folga a disputa pelo Governo do Amazonas em todos os cenários.
Se as eleições fossem hoje, Amazonino teria 36,3%, seguido de Eduardo Braga com 15,9% e David Almeida com 14,2%. O governador Wilson Lima aparece em quarto lugar com 12,7%. Brancos/nulos somam 4,3% e 9,3% dos eleitores declaram que não votariam em nenhum deles. 1,9% ainda não sabe em quem votar.
Amazonino estava à procura de um novo partido desde julho do ano passado, após desfiliação do Podemos, em uma reação à decisão de Renata Abreu, presidente da Executiva Nacional, de tirar o comando da presidência regional da sigla das mãos de Wilker Barreto e transferir para o deputado estadual Abdala Fraxe, ligado ao governador Wilson Lima (PSC) e ao prefeito David Almeida (Avante).
Além de Amazonino, deixaram o Podemos, Wilker Barreto, Dermilson Chagas, Professora Jacqueline e Amom Mandel, estes dois últimos vereadores da Câmara Municipal de Manaus.
Até o momento quem acompanha o ex-governador para o União Brasil, é o vereador Amom, anunciado na convenção nacional, quando ocorreu a fusão DEM e PSL, como filiado ao União Brasil. Ele é pré-candidato a deputado federal.
Em outubro do ano passado na fusão do PSL e DEM, no Twitter Amazonino ao falar do União Brasil disse: “Nosso objetivo é um só, construir um Amazonas do futuro porém AGORA! Vamos de município a município, vamos consagrar essa nova sigla, a sigla da nossa ESPERANÇA, UNIÃO BRASIL”.
Comando no Amazonas
Na próxima terça-feira, dia 15, a Executiva Nacional do União Brasil anuncia os nomes dos dirigentes da legenda em todos os estados da federação. No Amazonas o nome do ex-deputado federal Pauderney Avelino é dado como certo para comandar o partido.
Mas nos bastidores da política amazonense corre a informação de que Pauderney, hoje secretário municipal de Educação, está com os pés no Avante, do prefeito David Almeida.
Pauderney, seria indicação de Amazonino Mendes, que nunca comandou um partido no Amazonas, mas com aval da Executiva Nacional do União Brasil seria o responsável em apontar o líder da nova legenda no Amazonas.
Saída do União Brasil
O PSL e o DEM têm, juntos, 81 cadeiras na Câmara, à frente do segundo colocado, o PT, que tem 53. Mas a tendência é de que entre 20 e 30 deputados bolsonaristas do PSL deixem a legenda, entre eles está o deputado federal Delegado Pablo.
Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Delegado Péricles (PSL) já decidiu que vai seguir o mesmo caminho de Pablo. Eles devem se filiar ao PL, que atualmente tem em seus quadros o presidente Jair Bolsonaro e tem como presidente no Amazonas, Alfredo Nascimento.
Sobrevivência
A unificação dos dois partidos é uma estratégia de sobrevivência para as eleições diante da cláusula de barreira: o União Brasil contará com parcela considerável do fundo eleitoral por conta do grande número de parlamentares que formam a bancada do PSL, e também com o capital político de seus deputados do Democratas.
De olho em 2022 e com fundo eleitoral em quase R$ 1 bilhão, o União Brasil, partido em fase de criação e oriundo da unificação do DEM e do PSL terá como foco principal as eleições para a Câmara dos Deputados e governos estaduais.