Rio de Janeiro – A viúva do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, Júlia Mello Lotufo, que cumpre prisão domiciliar acusada de participar do esquema de lavagem de dinheiro proveniente das atividades criminosas do seu ex-marido, propôs delação premiada para conseguir recuperar sua liberdade. No documento, ela entrega um bicheiro e um desembargador como parceiros de Adriano nas atividades criminosas.

Mesmo sem ter fechado o acordo, a possibilidade de Julia revelar tudo o que sabe já provocou até a saída das promotoras Simone Sibílio e Letícia Emily da força-tarefa que investiga os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, crimes cujo mandante ela também aponta na proposta de delação, de acordo com a reportagem da revista Veja.

O bicheiro

Segundo a publicação, a íntegra da proposta de delação premiada revela detalhes como propinas pagas para libertação de comparsas, detalhes de ações criminosas promovidas pelo chamado “escritório do crime” e a identidade dos líderes do bando. Júlia relatou que a organização seguiu funcionando normalmente após a morte de Adriano e que o chefe do grupo de extermínio seria Bernardo Bello Barbosa, ex-presidente e patrono da escola de samba Vila Isabel e sócio de seu ex-marido.

Segundo Júlia, em delação, Bernardo seria o responsável pela administração financeira do “escritório do crime”, enquanto Adriano cuidava da “Força Armada”. Em um trecho do texto, a reportagem indica que, conforme o relato da viúva, “Bernardo designava a vítima e Adriano traçava a tática para a execução, escolhendo as armas a serem empregadas e os participantes da ação”.

Artigo anteriorRenato Augusto é regularizado e já pode reestrear pelo Corinthians
Próximo artigoPMN já tem nova direção no Amazonas, Francis Menezes, ex-diretor do CCOTI, da Assembleia