Na primeira sessão do julgamento dos 12 militares acusados da morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 51 anos, em abril de 2019, a mulher dele passou mal no tribunal. Na manhã desta quarta-feira (13/10), Luciana dos Santos precisou de atendimento médico e deixou por alguns minutos a audiência da 1ª Auditoria da Justiça Militar, realizada na 1ª Circunscrição Militar, no Rio de Janeiro.

A sessão começou, às 9h15, com o início da leitura da denúncia do Ministério Público Militar (MPM) e foi marcada pelo choro de familiares das vítimas. Luciana não se sentiu bem e foi retirada do plenário com o auxílio de uma militar. Após alguns minutos, ela retornou para acompanhar a audiência.

Luciana estava com Evandro no momento em que os militares realizaram mais de 257 disparos de fuzis e pistolas contra o carro do músico, no dia 7 de abril de 2019, na Vila Militar, em Guadalupe, zona oeste. O artista morreu na hora ao ser atingido por 62 disparos.

“Preciso ter paz na alma. Eles destruíram minha família. Os adiamentos causaram ansiedade. O dia do crime foi o pior da minha, nasci de novo e as outras pessoas também, o meu marido não teve a mesma sorte. Não teve ordem de parada. Eles não ajudaram em nenhum momento no socorro. Tenho medo de injustiça”, afirmou Luciana dos Santos Nogueira, viúva do músico, antes do início do julgamento.

Tramitação do processo

Na mesma ação, o catador de recicláveis Luciano Macedo também foi atingido ao tentar salvar a família. Luciano morreu em 18 de abril no Hospital Estadual Carlos Chagas.

Cinco integrantes do Conselho Especial de Justiça serão os responsáveis pelo veredito: a juíza Mariana Aquino e os juízes militares, escolhidos por sorteio, a tenente coronel Sandra Fernandes de Oliveira Monteiro; major Rêmulo Dias de Carvalho, major José Adail da Silva Ferreira e capitão Fernando Perotti.

Após a decisão, seja pela absolvição ou condenação, caberá recurso no prazo de cinco dias. A investigação aponta que 12 militares fizeram os disparos contra o músico, mas o julgamento acabou adiado três vezes.

O último adiamento se deu de 14/9 para esta quarta-feira (13/10). O primeiro julgamento estava marcado para 7 de abril, dois anos após o crime, mas foi remarcado para 7 de julho, data também postergada. (Metrópoles)

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