O Budismo surgiu no norte da Índia por volta do século cinco antes de Cristo e é a religião dos seguidores de Buda. A palavra Buda significa “O iluminado”, ou seja, “Aquele que alcançou o estado de plenitude espiritual e de superação das limitações da vida terrena”. Mas quem foi Buda? Buda foi o nome dado a Siddhartha Gautama, líder religioso que viveu na Índia, cuja bondade e sabedoria lhe valeram esse título. É considerado pelos budistas o “Supremo Buda”, o fundador do Budismo. 

Segundo o estudioso das regiões Claudio Blanc (2021), Siddartha Gautama, pela vida que levava, rico e bem-casado, tinha tudo para se sentir satisfeito, porém demonstrava tendência para a meditação e para o pensamento filosófico e espiritual. O pai de Siddartha, que era rei, ficou sabendo que seu filho seria “aquele que faz girar a roda”, isto é, um “Rei Universal”, não mediu esforços e cobriu seu filho de cuidados. 

Miséria, velhice, doença e morte eram problemas dos quais Siddartha Gautama jamais pensara existir em seus 29 anos de idade, até descobri-los em um passeio pela cidade. Foi para ele um choque, em contraste com a beleza de sua esposa, de seu filho e com o luxo que os cercavam. No entanto, a realidade de pobreza e miséria da Índia passou a impressioná-lo.  

Essa perplexidade foi se avolumando pouco a pouco, até o momento de raspar a cabeça em sinal de humildade, e trocar a suas suntuosas roupas pelo despretensioso traje amarelo dos monges. Buda afastou-se do palácio, abandonando família, bens, passado e se lançou ao mundo em busca de explicações para o enigma da vida. Novato em questões espirituais, Buda, na condição de andarilho juntou-se a cinco ascetas, e com eles passou a jejuar e fazer orações, mas, como o estômago vazio não lhe ensinasse nada de novo, perdeu a fé no sistema e voltou a comer. Os cinco místicos decepcionados, abandonaram Gautama, que durante os seis anos seguintes passou o seu tempo meditando em total solidão. 

Iluminado por um novo entendimento de todas as coisas da vida rumou para a cidade de Benares, à margem do rio Ganges, a fim de transmitir o que lhe acontecera. A princípio, Gautama encontrou descrença e desconfiança, mas pouco a pouco, encontrou seguidores que reverenciaram sua iluminação, passando a tratá-lo por “Buda”. Os ensinamentos de Buda criticavam diversos aspectos do hinduísmo tradicional, mas também endossava muitos dos seus seculares conceitos. Dessa forma, Buda começou a pregar que a iluminação é a meta de todas as criaturas. Assim, todos, algum dia, finalmente atingirão a iluminação.  

Buda adotou também a teoria do “karma”, uma espécie de lei cósmica, segundo a qual o comportamento virtuoso durante uma encarnação traria recompensa em encarnações futuras, enquanto uma conduta perversa implicaria em castigo. Outro ponto em que a doutrina de Buda permaneceu fiel às instituições religiosas hindus foi a renúncia às coisas terrenas como meio para atingir a sabedoria e a perfeição. 

Os monges que se consagram ao cumprimento integral das normas budistas pautam sua vida por um desprendimento total: possuem apenas a roupa que vestem e um rosário para orações. Dependem da caridade alheia. Durante 45 anos em que pregou sua doutrina, por todas as regiões da Índia, o Buda mencionou sempre as Quatro Verdades (a velhice, a dor, a morte e a superação de tudo isso mediante a contemplação). Buda acrescentava ainda uma sentença, resumo de todo o seu pensamento – a regra de ouro: “Tudo o que somos é resultado do que pensamos”. 

Os seguidores de Buda, embora desvinculados das coisas desse mundo, observam um profundo respeito por todos que nele vivem. Consideram viver em paz com seus semelhantes, uma obrigação fundamental de todos os indivíduos. O espírito pacifista que leva os monges budistas ao extremo de poupar a vida até dos insetos, tem origem num ensinamento do próprio Buda, que dizia: “O ódio não termina com o ódio, mas com o amor”. 

Buda fez questão de propagar que não era Deus, mas queria servir de exemplo para outras pessoas em busca da salvação do espírito e do caminho para atingir o Dharma – o processo de amadurecimento para a plena realização espiritual. Dessa forma, o nirvana deve ser a meta de toda pessoa que busca se superar, ser boa! Nirvana era a palavra que Buda usava para chamar o objetivo da vida, conforme ele entendia. Assim, o nirvana é o mais alto destino do espirito humano e seu sentido literal é “extinção”. Para Buda, por fim, o que deve ser extinto são os limites do eu finito e os três venenos que alimentam esse eu: a ganância, a raiva e a desilusão. 

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.  

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