Cindo judocas amazonenses serão os únicos brasileiros a representar o País no 1º Torneio Internacional Judô Machu Picchu – Copa León San Jerónimo 2017. O evento, que inicia a partir desta sexta-feira e segue até segunda, de 04 a 07, acontece em San Jerónimo, na cidade de Cusco, no Peru. Para a competição, a delegação recebeu o convite da Confederação Peruana de Judô e é apoiada pelo Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel). O embarque será na tarde desta quinta, 03.
Para a missão de subir ao pódio, os judocas da Terrinha Baré terão que passar pelos principais adversários, que são da Bolívia, Chile, Peru e Equador, além de uma ‘inimiga’ pra lá de hostil: a altitude. Isso porque, Cusco está a 3.400 metros acima do nível do mar e a aclimatação será essencial para que o mal-estar não tome conte dos atletas. De acordo com o faixa preta Gláucio Mendonça, 45 (categoria Sênior, até 90 kg), um minuto de luta na cidade peruana equivale a três minutos de atividade física no Brasil.
“Precisamos finalizar os nossos adversários com no máximo dois minutos de luta, do contrário, fica mais difícil vencer a competição, pois nossa respiração é prejudicada. Entretanto, fizemos um treino frisando muito nisso e acredito que podemos nos adaptar bem, mesmo diante de grandes competidores”, comentou Mendonça, que é vice-campeão pela Copa Rio De La Plata (2000) e vai para a quinta competição internacional.
“São anos lutando judô, a cada ano nos aperfeiçoamos mais nessa arte e eu vou com muita vontade de vencer, mas principalmente para me preparar para o Mundial que acontece em setembro, na Itália”, disse o Profissional de Educação Física.
Além de Gláucio, irão participar do torneio os amazonenses Kaio Costa, 28 (categoria Sênior, até 81kg, faixa preta), Shellton Dantas, 26 (categoria -100kg, Sênior, faixa roxa), Francisco Perceu, 18 (categoria +100 kg, Sub-21, faixa marrom), e também o caçula da equipe, Wandreson Lima, 17 (categoria 60kg, Sub-21, faixa marrom).
Os atletas
Shellton Dantas pratica judô há 5 anos e está em 6º lugar no ranking nacional. Para se manter no circuito, o atleta precisou escolher entre a profissão e o esporte. Com uma rotina de trabalho sem horários definidos, ao atuar como instrumentador cirúrgico, o judoca optou por se afastar da atividade e viver da arte marcial. Tudo isso para ter sucesso em sua primeira competição fora do País.
“Começamos a preparação para esse torneio em junho e treinávamos três vezes na semana. Porém, achei que minha preparação tinha que aumentar e aí decidi largar o trabalho, porque não tinha hora pra sair, nem para entrar, então eu escolhi o esporte. Nesse momento, abri mão de muitas coisas na minha vida pessoal para me dedicar a essa disputa, então eu estou bem confiante de um bom resultado nessa minha primeira competição internacional”, destacou Dantas.
Praticando judô há 12 anos, o profissional de Educação Física Kaio Costa é o 1º do ranking no Brasil em sua categoria e precisa medalhar durante toda a temporada para se manter no topo. No Zonal Brasileiro, realizado em abril, em Belém do Pará, o atleta ficou em 1º lugar, depois de cinco lutas e cinco ippons, e em Cusco o judoca vai estrear sua carreira internacionalmente.
“Sou professor de judô para crianças e tenho uma rotina bem puxada. Por isso, procurei ter um treinamento com uma equipe multidisciplinar para poder ficar bem preparado psicologicamente e fisicamente. Para a Copa, por exemplo, contei com o auxílio de uma nutricionista e meu peso está batido”, explicou.
O caçula da equipe, Wandreson Lima, treina desde os sete anos, e entrou para equipe pelo bom desempenho nos Jogos Escolares do Amazonas (Jeas) ao ser avaliado pelo sensei Gláucio Mendonça, no ano passado. Na seletiva para o Brasileiro em Manaus, o atleta ficou em 1º lugar em sua categoria, confirmando a aposta. Para a Copa, pensamento positivo e vontade de vencer não faltam para o jovem.
“Meu preparo está bom, mas não sabemos como vamos conseguir nos adaptar ao clima. Mesmo assim, estamos torcendo que a gente consiga se adaptar rápido e vou dar o meu melhor, independente das adversidades, pois sabemos que a vida de atleta é assim. Estou confiante de que vou sair de lá com uma medalha e se Deus quiser dar orgulho ao meu Estado”, disse Lim
