Respeito e confiança são os ingredientes fundamentais para qualquer “política de reconhecimento” do amor verdadeiro. Vale acrescentar que a humildade e a paciência também contribuem para o espraiamento do amor entre as pessoas.  

O que seria da vida humana sem o amor? O amor é que torna a nossa vida menos dolorida, dramática, angustiante. É muito triste observar a falta de amor entre as pessoas, a falta de amor pelo próximo. Infelizmente, a solidariedade é um valor diminuto na sociedade atual. 

Contra toda forma de violência, contra todo tipo de injustiça, contra toda falta de respeito, de paciência, de solidariedade, é preciso mais amor, amor-próprio, amor comprometido, amor divertido, amor apaixonado, amor compassivo, amor divino, amor reflexivo…  

Quando amamos o que somos, o que temos e o que fazemos, mais atraímos vibrações positivas, e menor será o apego à pensamentos negativos. É preciso que tenhamos, com urgência, especialmente os mais jovens, os adolescentes, confiança na vida. 

Tudo o que somos, pensamos, desejamos e queremos passa pela forma como vivenciamos a experiência do amor. O amor contribui para a melhoria da qualidade de nossas vidas e para a maximização da liberdade humana. A coragem, não o determinismo, é a base de nossa felicidade. 

Infelizmente, acredito que por conta do avanço da tecnologia, a maioria das pessoas agem como se o outro não existisse. Poucos percebem a presença do outro, principalmente das crianças, dos idosos, dos desempregados, dos pobres, dos doentes, dos mais necessitados. 

No entanto, a pessoa inteligente, o ser humano evoluído, não pode ficar preso aos ditames do egoísmo. É preciso dizer “não” para o consumismo alienado, para a destruição da natureza e dizer “sim” para às práticas democráticas e de defesa da vida. 

Outrossim, o assunto é complicado e nenhuma solução está isenta de erros, isso porque acontecimentos negativos são maioria na nossa vida, e aí a tendência é a radicalização. E o pior de tudo, existem pessoas que transferem esse sofrimento para os outros. Tem gente que faz da vida do outro um inferno, só porque sofreu na vida! 

Como já foi dito, as relações humanas na sociedade atual dão-se por conta daquilo que as pessoas possuem e não por aquilo que elas são. Mas, afinal, somos ou não somos irmãos e irmãs, feitos da mesma matéria, filhos e filhas de Deus?  

Em suma, diante de toda brutalidade da vida, o amor é a saída. O amor eleva a alma, desarma os rostos sisudos. O amor torna a vida mais fácil, dócil, alegre e feliz. Enfim, tem razão o poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994): “É tão bom morrer de amor e continuar vivendo”. 

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.  

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