Problema comum a idosos e, em especial, a mulheres, a bexiga hiperativa (BH) também pode ocorrer com indivíduos jovens e levar a crises de ansiedade e à depressão, além de comprometer a vida social de quem a desenvolve. Instituições de referência estimam cerca de 150 mil casos ao ano no Brasil. O cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo, explica que a síndrome tem tratamento e pode ser controlada, garantindo mais qualidade de vida aos pacientes.

”Em alguns casos e com a terapia adequada, conseguimos chegar à cura”, garantiu.

O problema começa de forma tímida, com o aumento da frequência urinária ao ponto de levar à incontinência, caso não tratada por um especialista. “Quem desenvolve a síndrome da bexiga hiperativa tem dificuldade de segurar a urina com o passar do tempo. No início, uma quantidade pequena da urina tende a escapar, antes da chegada do indivíduo ao banheiro. Mas, sabemos que com o acompanhamento e controle, é possível minimizar os efeitos e até levar à cura”, explicou o especialista.

Entre os fatores de risco estão: diabetes, aumento da próstata, envelhecimento, gravidez, parto, obesidade e tumores pélvicos que podem comprimir a bexiga e tudo que possa causar o enfraquecimento dos músculos dessa região, além de distúrbios neurológicos, constipação intestinal (prisão de ventre) e até o sedentarismo.

“O principal sinal a ser observado e que merece atenção é a necessidade urgente de usar o banheiro inesperadamente. Costumamos dizer que é como se a pessoa não estivesse ‘ apertada’ e de repente ficasse. Assim, há um aumento da frequência urinária”, reforçou o médico.

No casos dos homens, a bexiga hiperativa pode ocorrer em consequência do tratamento radioterápico para o câncer de próstata, por exemplo. Em mulheres submetidas à braquiterapia (modalidade de radioterapia para o tratamento do câncer de colo uterino), a síndrome pode ser considerada uma sequela da radiação.

Uma parte dos pacientes que desenvolve a síndrome, acaba deixando de conviver em sociedade, para evitar constrangimentos e, assim, desenvolvem problemas emocionais. A qualidade de vida também é comprometida.

O diagnóstico é feito através de avaliação clínica de um urologista e pode necessitar de exames complementares, como os de imagem, por exemplo (ultrassonografia, raio-x e até tomografia computadorizada).

“Os tratamentos mais recomendados nesses casos são: a prática regular de exercícios, em especial os que fortalecem os músculos pélvicos; medicamentos que ajudam no processo; estímulos nervosos; fisioterapia e, em alguns casos, neuromodulação (quando é constatado algum problema de comunicação entre o cérebro e os nervos sacrais)”. A associação de alguns tratamentos pode ajudar no retorno às atividades cotidianas.

Problemas neurológicos

Doenças neurológicas, como esclerose múltipla, Alzheimer, Parkinson e lesões oriundas de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e traumatismos cranianos, também podem influenciar no aparecimento do problema, assim como lesões na coluna vertebral. “Há casos em que a hipersensibilidade a neurotransmissores pode resultar em uma resposta exagerada dos músculos da bexiga, o que os leva à contração e liberação da urina posteriormente. A ativação de reflexos adormecidos também favorece o desenvolvimento da hiperatividade na bexiga, além da redução do controle inibitório do sistema nervoso central”.

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