Um dia depois de demitir o general Joaquim Silva e Luna do comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a troca. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (29/3), Bolsonaro disse: “É coisa de rotina, sem problema nenhum”.

Esta foi a primeira manifestação pública do presidente após a decisão. Bolsonaro escalou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para informar oficialmente a Silva e Luna que ele não continuará no cargo.

O presidente da petrolífera deve continuar no cargo até 13 de abril, quando está marcada a próxima assembleia geral dos acionistas da estatal.

No lugar de Silva e Luna, o governo indicou o economista Adriano José Pires Rodrigues, especialista do setor de óleo e gás. Atualmente, ele é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural.

Mesmo já “demitido”, o presidente da petrolífera viajou para Brasília no início da noite dessa segunda-feira (28/3) para participar de um evento do Superior Tribunal Militar (STM) na manhã desta terça, ao lado de ministros do governo.

Ele falará no seminário “O Brasil em Transformação”, promovido pelo STF e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (ENAJUM).

Último reajuste foi a gota d’água

Esta é a segunda troca na petroleira em um ano. O motivo da mudança são as queixas de Bolsonaro sobre as altas nos preços dos combustíveis.

Em 10 de março, a Petrobras anunciou mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias — alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Desde a nova cobrança, o presidente Jair Bolsonaro vinha tecendo críticas à Petrobras.

O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, alta de 24,9%.

Um dia depois do aumento da empresa, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que altera a regra de incidência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre combustíveis, e Bolsonaro sancionou. A iniciativa foi uma tentativa de amenizar o repasse da alta dos preços ao consumidor final.

Recentemente, Bolsonaro disse que a empresa cometeu um “crime contra a população” com o reajuste. Também afirmou que o preço dos combustíveis no Brasil é “impagável” e defendeu a privatização da Petrobras. Com informações de Metrópoles.

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