
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja nesta segunda-feira (3/7) para Porto Iguazú, na Argetina. Na terça-feira (4), ele assume a presidência temporária do Mercosul, durante a 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.
Durante a gestão, o governo brasileiro deve tentar destravar o acordo de livre-comércio com a União Europeia, emperrado há mais de duas décadas, e costurar outros tratados comerciais, na tentativa de reafirmar o protagonismo regional.
A crise econômica na Argentina deve figurar nos debates, em meio às tratativas de renegociação da dívida internacional. Outros temas, como a adesão de nações do continente ao bloco, também devem entrar em pauta. No entanto, o retorno da Venezuela ao grupo, apesar de ser do interesse do Brasil, não será discutido na Cúpula, conforme informações do Itamaraty.
A presidência temporária do grupo – formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai –, tem duração de seis meses. Uma vez na liderança do bloco, o Brasil vai organizar o fórum social, o fórum empresarial e a próxima cúpula do bloco em território brasileiro.
A presidência temporária do grupo – formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai –, tem duração de seis meses. Uma vez na liderança do bloco, o Brasil vai organizar o fórum social, o fórum empresarial e a próxima cúpula do bloco em território brasileiro.
“Nós estamos retomando um diálogo interrompido há vários anos com a Venezuela […] mas, na agenda desta cúpula, não está prevista qualquer discussão” informou a diplomata. “Não há previsão, mas é um tema que está na nossa pauta. Gostaríamos de ver a Venezuela reintegrada ao Mercosul e por, isso, precisamos dialogar.”
Tratados e acordos internacionais
O governo brasileiro espera, na liderança do bloco, conseguir concretizar o acordo de livre-comércio com a União Europeia, após novas negociações serem necessárias em razão de uma carta adicional enviada pelo bloco europeu.
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, o Brasil chegará à Cúpula com o objetivo de reafirmar vontade política para discutir o tema, mas ciente de que serão necessários ajustes nos textos que já foram negociados entre as partes envolvidas.
No entanto, o governo brasileiro ainda estuda uma contraproposta à carta adicional enviada por países europeus. Segundo o diplomata, o presidente Lula já foi muito claro na visão sobre a negociação do acordo Mercosul-UE, “mas tem algumas preocupações específicas”.
“A parte de compras governamentais e também o que ele tem fartamente alertado, que é em uma relação de países de confiança e de interesse de integração, não cabe uma abordagem por meio de sanções comerciais”, prosseguiu Lyrio.
Segundo ele, o Itamaraty “ainda está terminando as avaliações e está traduzindo as instruções do presidente Lula para um documento”.
“O documento será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à UE. É um trabalho delicado, exigiu coordenação interna muito intensa, muito importante, porque há muitos detalhes”, explicou. “Mas o que eu posso dizer é que não tardará que apresentemos o documento aos parceiros do Mercosul.”
Além do acordo com a União Europeia, há outros acordos em estágio avançado que prometem pautar as discussões do bloco econômico nos próximos meses.
Entre eles, estão um tratado com a Associação Europeia de Comércio Livre (AECL), grupo de países do continente que não participam do bloco europeu – Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein; e outro com acordo comercial com Singapura.
Na lista, também constam tratativas econômicas com Canadá, Indonésia e Vietnã. Porém, segundo o Itamaraty, estão menos adiantadas que os anteriores. Com informações de Metrópoles.