O desperdício de água em Manaus foi um dos temas debatidos na Câmara Municipal de Manaus (CMM) pelos vereadores Elias Emanuel (PSB), Plínio Valério (PSDB) e Professora Therezinha Ruiz (DEM), na manhã desta segunda-feira (23), durante pronunciamento na tribuna da Casa Legislativa. Para eles, o combate o combate ao desperdício deve começar pela conscientização dos usuários, com incentivo proporcionado pela da própria empresa Manaus Ambiental, responsável pelo abastecimento do serviço.

Elias Emanuel, que também preside a Comissão de Serviço Público na Câmara (COMSERP), ressalta que o desperdício de água no Brasil é um dos grandes defeitos existentes no sistema de abastecimento. Segundo ele, a região Norte apresenta um desperdício de 53% de tudo que é produzido. Em Manaus, o índice sobe para mais de 60%. “Por mês são produzidos em Manaus 18 milhões de metros cúbicos d’água, desse total 10 milhões é utilizado pela população, 8 milhões vão para o espaço, isso sem contar com as ligações clandestinas”, contabilizou Elias.

Para tentar uma solução para o problema, a Comissão vai reunir com representantes da empresa responsável pelo abastecimento de água, Manaus Ambiental, para exigir um plano de combate ao desperdício — “não somente em lavagem de carro, mas de orientação da utilização racional da água”, frisou Elias, ao acrescentar, que esse assunto será discutido também na Comissão Especial da Água.

O parlamentar também sugere à concessionária o lançamento de uma cartilha de orientação à população do combate ao desperdício de água, e que também a conta d’água distribuída aos clientes seja utilizada como uma ferramenta de orientação e educação para o usuário do sistema de abastecimento de água. ”Não basta criar link para entrar em contato com a empresa, mas que a empresa informe o cidadão qual a forma racional ao uso da água”, frisou.

Para fortalecer ainda mais o debate sobre a questão na Casa Legislativa, o vereador Plínio Valério pediu que o projeto de lei, de autoria dele, que trata do desperdício d’água em Manaus, bem como o combate ao uso inadequado do recurso hídrico, retornasse a tramitar em regime de urgência na CMM. “Aqui em Manaus é normal as pessoas usarem mangueiras para lavar o carro no meio da rua, lavar as calçadas, os lava-jatos não disporem de hidrômetro e os condomínios não terem medidores individuais. A água é um recurso finito. O que está acontecendo em São Paulo é um alerta, para que comecemos a preservar o bem precioso que temos em abundância, mas que um dia pode acabar”, salientou.

Segundo ele, o PL, que disciplina o uso das águas em Manaus, é uma forma de começar a cuidar do recurso, para as próximas gerações, que correm o risco de escassez de água, uma vez que estimativas dão conta de que, em 2030, 47% da população terão necessidades de recursos hídricos.

Na mesma linha, a vereadora Therezinha Ruiz observou que o Amazonas não pode ficar assistindo de ‘braços cruzados’ somente porque retém a maior bacia hidrográfica do mundo. “É o momento exato para que o Amazonas comece a rever essa questão, visto que há um desperdício enorme de água na região. É preciso que se crie programas de conscientização para combater o desperdício de água” completou a vereadora.

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