Enquanto a recomendação desde o início da pandemia do novo coronavírus é o distanciamento social, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aproveitou esse período para ficar mais próximo do eleitorado, intensificando o número de viagens nacionais. Levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base nas informações obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) pela agência Fiquem Sabendo e no próprio site da presidência, mostram que de março a julho, já foram 12 viagens pelo Brasil.

Os gastos, que incluem as despesas do chefe do Executivo e da comitiva que o acompanha, chegaram a R$ 456.091,22. O montante deve ser ainda maior, já que o valor desembolsado em agosto e início de setembro ainda não foram divulgados.

Os locais mais visitados foram Rio de Janeiro e Goiás, com três viagens cada. Depois, São Paulo, com duas. No entanto, o valor mais caro foi pago para cinco dias no Ceará, no final de junho (21 a 26/6). Para lá, os gastos somaram R$ 109 mil.

Nesta viagem, o presidente ficou no estado nordestino apenas 4 horas do último dia. “As datas informadas referem-se ao deslocamento do Escalão Avançado, constando na agenda pública do senhor presidente dias após a data constante da planilha”, explicou a comunicação da presidência.

Bolsonaro aumentou o número de trajetos nacionais depois de ter se curado do coronavírus. Ele chegou a cumprir medidas de isolamento social quando testou positivo para a doença, em 7 de julho.

Em agosto, foram 10 idas a outros estados – São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraná e Goiás. Em setembro, o presidente também foi a São Paulo.

Viagens em 2019

Em 2019, quando não havia pandemia, o presidente Jair Bolsonaro viajou mais vezes. Foram 39 deslocamentos em território nacional e 7 internacionais. Ao todo, o chefe do Executivo visitou 14 unidades Federativas.

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