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Uma pesquisa apoiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) aponta que produtos químicos encontrados em cosméticos usados por meninas podem alterar a composição hormonal e adiantar a puberdade de meninas em meses ou mesmo anos.

A investigação publicada na revista Endocrinology nesta terça-feira (10/9) aponta que os riscos estão nos chamados “desreguladores químicos endócrinos (EDCs)”. A substância mais preocupante, segundo eles, é o musk ambrette. Trata-se de um perfume frutado que é bastante usado em produtos cosméticos femininos.

Perfume é apontado como fator de risco da puberdade precoce

Segundo a pesquisa, o musk ambrette, também conhecido como almíscar ambrette, se mostrou capaz de aumentar células receptoras de hormônios gonadotrofina e kisspeptina, que já estão associados ao desenvolvimento sexual e podem levar, caso sejam acionadas muito cedo, à puberdade precoce.

Em meninas, a puberdade se caracteriza pelo aparecimento dos pelos púbicos e o desenvolvimento dos mamilos, culminando com a menstruação. Em 1970, a idade média de início da puberdade era de 10 anos, com a primeira menstruação chegando aos 13 ou 14 anos. Atualmente, o processo se inicia aos oito anos e a primeira menstruação aparece aos 11 anos, o que sugere que fatores ambientais estão acelerando o desenvolvimento das meninas.

A puberdade precoce é considerada um fator de risco aumentado para infarto, diabetes e câncer de mama.

“A capacidade desses compostos de estimular receptores-chave no hipotálamo, que fica logo abaixo do cérebro, levanta a possibilidade de que a exposição aos produtos possa ativar prematuramente o eixo reprodutivo em crianças”, explicou a médica autora do estudo, Natalie Shaw, do NIH, em comunicado à imprensa.

A fragrância musk ambrette foi indicada pelos pesquisadores após testes em laboratórios realizados em células humanas cultivadas em laboratório e peixes-zebra. As células e os peixes foram expostos a 10.000 diferentes contribuintes ambientais.

O musk ambrette se mostrou capaz de aumentar células receptoras de hormônios gonadotrofina e kisspeptina, bem como de atravessar a pele dos peixes-beta e alcançar o hipotálamo.

Para os investigadores, a pesquisa não explica o fenômeno de adiantamento da menarca, mas dá pistas sobre um dos agentes que estão envolvidos no problema ambiental.

Com informações de Metrópoles

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